A promessa, de Friedrich Dürrenmatt
Por Pedro Fernandes Algumas das expressões romanescas adquiriram um modelo repetido até a exaustão. É o caso do romance policial. Desde a publicação, em 1841, de The murders in the rue Morgue , de Edgar Allan Poe, que uma sorte de características tem servido à imaginação criativa de escritores de diferentes culturas: a cena casual de um crime, uma investigação em que todos são suspeitos e por vezes o criminoso é o menos provável, um detetive vestido dos princípios racionais capaz de desvendar o mistério com um simples ou um complexo exercício de estratagemas. A variedade de obras literárias ou de escritores que lidam com esses elementos levaram os estudiosos a compreenderem pelo menos duas categorias constitutivas do que podemos chamar por um modelo de romance: as histórias de detetives e as histórias policiais. As duas têm sua raiz na literatura criminal anglo-saxônica e se distinguem pela presença diferenciada do herói: numa, é um detetive particular e, noutra, um ou um g