Memórias do sobrinho de meu tio, de Joaquim Manuel de Macedo
Por Pedro Fernandes É muito possível que Joaquim Manuel de Macedo figure entre os escritores brasileiros que padecem no limbo da memória literária de seu país e quando lembrado pertença apenas à lista dos autores de um livro só, embora essas duas condições sejam um duplo golpe contra um criador autêntico e polivalente, que tomou muito a sério a condição do gênio, esmerando-se pelo trabalho de construir uma obra singular e significativa para um país que ainda engatinhava na formação de um sistema literário. As razões que levam à primeira visão são oferecidas dado ao silêncio em torno de sua obra e a escassez de sua presença, muito provavelmente restrita a alguns dos poucos cursos de Letras, entre os leitores brasileiros; e, a segunda constatação, que se justapõe à anterior, se determina pela reiteração de A moreninha como sua Magnum Opus , eleição tão controversa como injusta porque tem ofuscado os poucos olhares para um universo criativo amplo e diverso. Mas, qual a