Críticas de adultos a jovens não leitores e a visão meritocrática
Por Rafael Kafka Ilustração: Irene Rinaldi Ouço por demais de colegas de trabalho e adultos em geral que jovens e criança não gostam de ler. Em meus tempos de criança e adolescente muito se criticava o hábito do videogame e, mais frequentemente, o da televisão. Hoje em dia, o debate ou simulacro dele se volta para a crítica mordaz dos aparelhos eletrônicos: pelo excesso de foco neles, os jovens cada vez leem menos e escrevem pessimamente, o que se reflete na desenvoltura dos estudos ou falta dela. Essas falas são feitas, quase sempre, por adultos que não leem de forma muito assídua, bem como por pessoas que passam bastante tempo em aparelhos eletrônicos. Nesta curiosa projeção, judicativa, percebo que na verdade estamos lendo quando na verdade não estamos plenamente lendo. Digo isso porque sem percebermos ficamos toda hora diante de recursos como smartphones, tablets e computadores por meio dos quais acessamos diversas informações escritas de forma verbal ou não