Boletim Letras 360º #346
Para o universo
editorial do livro o fim do ano começa agora em novembro, quando pouco ou quase
nenhuma nova edição é anunciada; de agora, o Boletim Letras 360º começará a
aparecer mais magro e com mais pautas sobre os livros por vir. E, como o mundo
literário não se resume ao mercado editorial, o que o mantém em rotação todos
os dias do ano, e esta é uma publicação que perscruta vários dos seus lugares –
seguimos. Com matérias e dicas de leitura. Obrigado pela companhia e boas
leituras!
Antecipações ao centenário de Clarice Lispector. Editora publica três edições especiais para três romances da escritora. |
Segunda-feira,
21 de outubro
De olho no centenário de Clarice Lispector, editora publica edição especial para três romances da escritora.
1. O lustre
Apesar de
sua absoluta beleza, O lustre talvez seja, entre as excepcionais
obras de Clarice Lispector, a menos comentada. Dele, quase não se pode falar (e
sim absorvê-lo), pois não contém aquelas matérias de que se servem os romances
para auxiliar-nos a fixar os acontecimentos. Embora bem pouco ocorra, sabe o
leitor que algo terrivelmente forte e de grande densidade está sendo posto em
movimento, expandindo-se sem cessar, não por meio de uma progressão de
fatos, mas por experimentos da língua, o seu âmago, a um tempo polida e
selvagem. As econômicas falas, as cenas descritas e as apreciações sobre o
mundo exterior inserem-se em um campo verbal regido pelo fenômeno do fermentar,
sendo as páginas cada vez mais e mais acrescidas de camadas e camadas de
vocábulos, imagens e pensamentos providos (e geradores) de uma justeza
estética, filosófica e afetiva inigualável. Sem defender ideias, apresenta-se o
próprio ato de pensar, seu minucioso processo de formação, constituído de
súbitas clarividências e de assombroso vigor, lançando-nos na crua e complexa
materialidade das articulações mentais ― imaginação e pensamento, por frases
límpidas e, contudo, cheias daquela violência de vida que raríssimas obras são
capazes de atingir. Conviver com toda espécie de coisas: as comuns, as rudes,
as excluídas. Aproximar-se dos múltiplos estados de espírito, extrair-lhes os
necessários nutrientes. E assim fortalecer a vontade, para então ser capaz de
escalar a existência, ir de um ponto a outro, ampliando a visão e o saber. Não
se trata portanto de um livro ou de uma história a ser contada. Trata-se de
valiosa e impressionante operação de arte. Por isso não é possível reter na
memória, senão naquela que se encontra distribuída por todo o corpo, envolvendo
especialmente a respiração e o sangue.
2. Perto do coração selvagem
O surgimento
desse romance, em 1943, causou grande impacto no
cenário literário brasileiro, proporcionando à autora aclamação imediata da
crítica e de seus colegas escritores.Houve quem encontrasse no livro a
influência de Virginia Woolf, ao passo que outros apostavam em Joyce, seguindo
a falsa pista da epígrafe da qual Clarice pinçou seu título: “Ele estava só.
Estava abandonado, feliz, perto do coração selvagem da vida.” Ambos os grupos
estavam errados, apesar do uso do fluxo de consciência pela escritora estreante
a justificar tais correlações. Ocorre, no entanto, que esse havia sido um
achado natural e espontâneo para Clarice Lispector, que admitiu como única
influência neste caso O lobo da estepe, de Hermann Hesse. Não em termos
estilísticos tampouco por se identificar com o caráter do protagonista, mas sim
por compartilhar com ele e, sobretudo, com Hesse, o desejo imperioso de romper
todas as barreiras e ultrapassar todos os limites na busca da própria verdade
interior. Anseio personificado pela personagem central, Joana, com uma
expressão que se tornou célebre: “Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem
nome.”Íntima e universal, destemida e secreta, Joana “sentia o mundo palpitar
docemente em seu peito, doía-lhe o corpo como se nele suportasse a feminilidade
de todas as mulheres” e ela destoava do sistema patriarcal em que se encontrava
inserida da mesma forma que Clarice se distanciava da literatura de seu tempo,
ainda dominada pelo regionalismo e o realismo. Ambas, autora e protagonista,
eram forças divergentes, porém não dissonantes, já que introduziam uma nova
musicalidade, uma harmonia própria, poética e triunfal, na aspereza
circundante, enquanto buscavam “o centro luminoso das coisas” sem hesitar em
“mergulhar em águas desconhecidas”, deixando o silêncio e partindo para a luta.
Deste embate à beira do íntimo abismo, Joana torna-se uma mulher completa e
Clarice, uma escritora singular e inimitável.
3. A cidade sitiada,
Esta obra faz parte do conjunto de três romances que Clarice
escreveu antes de completar 30 anos. O primeiro, Perto do coração selvagem, foi
lançado no ano em que ela se casou, 1943, o terceiro, no ano em que teve o
primeiro filho, 1949. Escrita e gravidez correram em paralelo e, como Clarice
relatou em carta à irmã, Tania, “quando terminei o último capítulo, fui para o
hospital dar à luz o menino”. Esse detalhe íntimo poderia ser supérfluo caso A
cidade sitiada não estivesse tão completamente entrelaçado com a vida da
autora, que padecia em Berna, a mesma “solidão vazia” e a mesma angustiosa
melancolia que sua personagem, Lucrécia Neves, sofria no subúrbio de São
Geraldo. Em outra carta, Clarice afirmou: “É ruim estar fora da terra onde a
gente se criou, é horrível ouvir ao redor da gente línguas estrangeiras, tudo
parece sem raiz; o motivo maior das coisas nunca se mostra a um estrangeiro, e os
moradores de um lugar também nos encaram como pessoas gratuitas.” Foi esse
sentimento de absoluto não pertencimento, de total estranhamento e mútua
desconfiança que Clarice transpôs para Lucrécia, fazendo-a tão sem graça quanto
as jovens suíças, “de cara séria, sem vaidade”, que só conseguem ser
“engraçadinhas no verão”. Da mesma forma que ela metamorfoseou a bela,
encantadora e quase milenar capital suíça, tombada pela Unesco, no feio,
desolado, insípido e atrasado subúrbio de São Geraldo, predestinado a se tornar
ainda pior à medida que o “progresso” o vai desfigurando ao final da
narrativa.Lucrécia é uma mulher mais inteligente e ambiciosa do que todos
aqueles que a cercam, uma força da natureza que não aceita ser sitiada e
asfixiada pela mediocridade imperante. E, como bem observou a escritora Rachel
Gutiérrez: “Este livro, que Santiago Dantas considerou ‘denso e fechado’, é um
ponto de mutação, que já anuncia na obra de Clarice Lispector a extraordinária
liberdade criativa de Laços de família e de A maçã no
escuro.
Editora Nova
Fronteira reúne em caixa 77 contos de Hans Christian Andersen
Quase 150
anos após sua morte, Hans Christian Andersen continua a encantar leitores de
todas as idades. Com um estilo próprio, que foge muitas vezes das estruturas
tradicionais dos contos de fadas e traz às narrativas um divertido tom de
ironia, o escritor inspirou-se em casos contados pelo pai, durante a infância
miserável na Dinamarca, e também naqueles ouvidos ao longo da vida. Para esta
coletânea, dividida em dois volumes, a escritora Luciana Sandroni selecionou 77
histórias em três grandes conjuntos: contos do mar e do campo, contos
domésticos e contos urbanos. Esta edição traz ainda as clássicas ilustrações de
William Heath Robinson, Edmund Dulac, Edward Shenton, Elenore Abbott, Helen
Stratton e Maria L. Kirk.
Terça-feira,
22 de outubro
Reedita-se Pequenos
pássaros, de Anaïs Nin
Este livro, assim como Delta de Vênus, é a ficção erótica mais
difundida de Anaïs Nin em todo o mundo. Estas histórias, escritas na década de
1940, só foram publicadas em livro após a morte da autora, em meados da década
de 1970. Aqui, treze histórias trazem pessoas –
sobretudo mulheres – que dão vazão à paixão em todas as formas e encaram seus
mais variados anseios sexuais. A prosa de Anaïs Nin – mulher e escritora à
frente do seu tempo – leva personagens e leitores a lugares recônditos do
desejo humano. A autora é conhecida pela sinceridade com que trata de temas
sexuais e eróticos e também pela delicadeza e musicalidade do seu estilo.
Quarta-feira,
23 de outubro
Revista
sublinha a obra de Orides Fontela
Em 2018
passaram-se duas décadas da morte da poeta brasileira; agora, passam-se
cinquenta anos da publicação do primeiro de seus seis livros. Transposição saiu em 1969 pelo Instituto de Espanhol da USP com o
intermédio do conterrâneo e amigo Davi Arrigucci Jr. No curso dessas
celebrações, está a nova edição da Revista
7faces. Orides é lembrada na edição 18 pelas intervenções de estudiosos da
sua obra – Nathan Matos Magalhães, também coorganizador deste número, Gustavo
de Castro e Márcio de Lima Dantas – e outros materiais, poemas e imagens de
arquivo.
Nova edição
das Geórgicas, de Virgílio
No âmbito do
Projeto Odorico Mendes, sediado na Universidade Estadual de Campinas e
constituído por professores e pós-graduandos de várias instituições
universitárias brasileiras com o objetivo de divulgar a obra tradutória de
Manuel Odorico Mendes (1799-1864), publica-se agora a edição anotada e
comentada de sua versão das Geórgicas de Virgílio. Como nas edições
das Bucólicas e da Eneida, do mesmo projeto, em
notas de rodapé procura-se esclarecer tudo o que possa oferecer
dificuldade ao leitor moderno: das referências mitológicas e alusões à história
romana ao emprego de termos técnicos; do sentido de palavras pouco usuais (por
vezes neologismos e arcaísmos) à sintaxe não raro tortuosa. Ao final de cada um
dos quatro livros, o leitor acessa as notas do próprio Odorico Mendes e, na
sequência, as notas e comentários sobre a tradução elaboradas pelo Grupo de
Trabalho Odorico Mendes e que visam ilustrar como o maranhense traduz o
original latino, sobretudo chamando a atenção para aspectos criativos de uma tradução assumidamente poética, criativa. Organizada por Paulo Sérgio de
Vasconcellos, a edição é da Ateliê Editorial.
Quinta-feira,
24 de outubro
O novo livro
de Cesar Tridapalli depois do Prêmio Minas Gerais de Literatura
Para Caetano
Galindo Vertigem do chão é “um livro corajoso, diferente,
dissonante até nas suas harmonias. Um livro que desorienta, tira o chão”.
Segundo Carol Bensimon é um livro que “surpreende no nível da história,
levantando questões geopolíticas contemporâneas extremamente relevantes.
Fugindo dos caminhos fáceis e da ingenuidade de escolher um lado, o narrador de
Tridapalli trata dessas questões com a complexidade que elas merecem”. “Vertigem do chão nos mostra o solo instável do corpo, que se descobre
estranho no encontro com estranhos de outros corpos, outras línguas, outros
sexos, estranhos que têm seus corpos em outras culturas, os muçulmanos
imigrantes de Utrecht, os haitianos imigrantes de Curitiba etc., essas figuras
que permanecem forçadas a viver em ilhas do alheio; mas é também a história de
imigrações que se desdobram de modos muito diversos, do corpo gay holandês, ao
corpo gay brasileiro, com suas marcas, físicas, psíquicas, suas construções aos
frangalhos, sua errância interminável.” – sublinha Guilherme Gontijo
Flores. O livro sai pela Editora Moinhos.
Livro de
polonês que contribuiu para a sobrevivência de inúmeros judeus poloneses que
escaparam à deportação ganha edição no Brasil
Joseph
Ziemian tinha dezessete anos quando a capital da Polônia foi tomada pelos
nazistas. Sobrevivente do gueto de Varsóvia, entrou para a Resistência Judaica.
Apesar de tudo que viu da barbárie da guerra, ficou impressionado quando
encontrou numa praça da capital polonesa, em 1943, meninos e meninas que
procuravam sobreviver na zona ariana vendendo cigarros. Como um grupo de crianças
judias pôde sobreviver em Varsóvia durante a ocupação alemã na Segunda Guerra
Mundial? Habilidosos e inteligentes, passando-se por poloneses, vendiam
cigarros na parte ariana da capital. Alguns chegaram até a participar do
levante de Varsóvia em 1944. Ziemian, que se tornou o protetor dessas crianças
e também seu cronista, fez um registro da história de cada uma delas e escondeu
os escritos em esconderijos subterrâneos junto a outros relatos sobre o
movimento de resistência. Tendo resgatado essas folhas após o fim da guerra,
complementou-as com lembranças e notícias para dar luz a este livro, um
clássico dos relatos do Holocausto, pela primeira vez em língua portuguesa. A
tradução de Luciana Facchini sai pela Editora Três Estrelas.
Sexta-feira,
25 de outubro
Os
manuscritos resgatados de Charlotte Brontë
Resgatado de
um naufrágio e perdido por quase dois séculos, este livro tem uma história tão
incrível quanto as escritas pela família Brontë. Viajando por quase duzentos
anos entre o Velho e o Novo Mundo, os manuscritos passaram por diversas mãos e
sobreviveram até a um naufrágio. Mais do que os primeiros rascunhos do que
viria a se tornar a obra de Charlotte, o material revela detalhes da vida de
uma das famílias mais talentosas da literatura mundial. Tudo teve início
em 1810, quando Maria Branwell, que se tornaria mãe das famosas irmãs Brontë,
obteve um livro, em sua terra natal. Dois anos depois, ela se mudou e o
exemplar estava entre seus bens que naufragaram em um navio. O livro foi
recuperado intacto e tornou-se precioso para toda a Família Brontë, sendo não
apenas uma fonte de leitura, mas também de anotação pelas irmãs Charlotte,
Emily, Anne, seu irmão Branwell e seu pai, Patrick.
Caixa Os
Mitos De Cthulhu reúne a contística H. P. Lovecraft pela Editora Nova Fronteira
H. P.
Lovecraft é considerado o maior nome da literatura de terror do século XX. Sua
obra influenciou toda uma geração de escritores, como Stephen King e Anne Rice,
e deixou marcas até hoje visíveis na cultura pop, em livros, filmes, séries de
TV, músicas e mesmo jogos eletrônicos. Neste boxe especial, estão reunidos os
contos que formam os pilares dessa mitologia única: o primeiro volume inclui os
clássicos “O chamado de Cthulhu”, “A cor vinda do espaço” e “O horror de
Dunwich”, entre outros, e conta com prefácio de Raphael Montes, um dos mais
aclamados escritores brasileiros da atualidade. Já o segundo volume reúne seis
contos e novelas desse panteão lovecraftiano, como “Nas montanhas da loucura”,
“A sombra de Innsmouth” e “A sombra além do tempo”. São histórias sombrias,
fantásticas, bizarras, assustadoras e, sem dúvida, sempre fascinantes.
A Ateliê
Editorial reedita o livro de contos de Ecléa Bosi, Velhos
amigos
A publicação
desse livro foi um acontecimento: depois de lançar Memória e sociedade.
Lembranças de velhos, um dos mais originais e importantes ensaios sobre a
memória individual e coletiva no Brasil, Ecléa Bosi voltou ao tema, desta vez
em abordagem literária. Aqui, lembranças reais de velhos operários, imigrantes
e outros personagens anônimos da vida brasileira estão organizadas em pequenas
narrativas entre o conto, o poema e a crônica, para serem lidas por jovens,
crianças, adultos e velhos. Como diz Adélia Prado na apresentação do livro,
“Velhos Amigos bate à porta e o recebemos na cozinha, lugar bom de escutar o
guardado na memória do afeto”. O livro tem ilustrações de Odilon Moraes.
DICAS DE
LEITURA
Na semana
que termina, lembramos outras duas efemérides de 2019. Os centenários de Doris
Lessing, autora de uma vasta e significativa obra que lhe valeu o Prêmio Nobel
de Literatura em 2007, e de Fernando Namora, importante nome do Neorrealismo
português. Os dois nomes são lembrados nas recomendações de leitura desta
edição do Boletim Letras 360º ao lado de uma encantadora reedição, o livro que é um dos poemas fundamentais da literatura brasileira.
1. Amor novo,
de Doris Lessing. Este é um dos romances mais conhecidos da escritora. Repleto
de alusões filosóficas e literárias, nele se investiga as raízes profundas do
amor e do desejo na psicanálise, partindo do princípio de que os desejos e
anseios de uma pessoa apaixonada têm suas raízes nas necessidades de amor da
primeira infância. Sarah Durham tem 65 anos e há mais de vinte suspendeu
voluntária e serenamente sua vida amorosa. Após a morte do marido, o acaso e a
paixão pela arte dramática acabam conduzindo-a ao posto de diretora-gerente de
um respeitado teatro do circuito de vanguarda de Londres que ela e seus amigos
fundaram na década de 1970. No decorrer dos ensaios e da temporada de uma peça
sobre a vida de uma jovem pintora e musicista, todo o elenco se vê influenciado
pelo enredo, e Sarah encontra o amor, de novo, primeiro em Bill, um belo e
jovem ator andrógino, em seguida no diretor do espetáculo, Henry, ambos muito
mais jovens que ela. No Brasil, este livro foi publicado pela Companhia das
Letras.
2. O trigo e
joio, de Fernando Namora. Se hoje, o escritor é praticamente um desconhecido
entre os leitores no Brasil, este livro circulou e muito por aqui ao lado de vários
outros títulos da vasta obra desse importante nome do Neorrealismo português durante
a década de 1970. Publicado em várias línguas e coleções literárias de maior
prestígio, este é um dos livros mais importantes de Fernando Namora. Publicado
em 1954, nesse romance recupera-se a voz do narrador contador de histórias e no
tom da oralidade que lhe é peculiar conta-nos sobre a vida simples da gente do
Alentejo “cálido e bárbaro e dos heróis que lhe dão nervos ou moleza, risos ou
tragédia”. Tudo isso a partir de uma situação aparentemente irrisória, a compra
de uma burra. O romance ganhou adaptação para o cinema em 1965 pelas mãos do
diretor Manuel Guimarães. No Brasil, há edições do antigo Círculo do Livro e da
Editora Globo.
3. O
Guesa, de Sousândrade. O Selo Demônio Negro sempre com publicações de alta
relevância reeditou algumas das esgotadas edições. Entre elas, a edição
especial desse poema capital do autor maranhense Joaquim de Sousa Andrade, (1832-1902).
Pela primeira vez, desde a última impressão inglesa do fim do século XIX, este
livro é recomposto e impresso em edição não fac-similar, mantendo-se a
ortografia da época, num projeto gráfico que recupera a estética oitocentista.
Este é um “poema-exílio. Um deserto onde o poeta é um eterno errante, um
estrangeiro em sua própria língua, onde a representação não é mais possível e o
que resta é a fragmentação multidiomática, os urros, balbucios, cacofonias,
choros, gritos e inversões. Um périplo de dissonâncias, de ruptura, de desvio,
enfim, de combate com a língua dentro da própria língua.”
VÍDEOS,
VERSOS E OUTRAS PROSAS
1. Da vasta
obra de Fernando Namora, podemos destacar ainda sua incursão pela poesia. Aqui,
no blog da Revista 7faces, encontram esses poemas do escritor português.
2. Curiosamente, Doris Lessing, reconhecida por sua inventividade com a ficção, também se aventurou pelas searas da poesia. No mesmo blog acima citado, o leitor pode encontrar dois poemas da escritora britânica.
BAÚ DE
LETRAS
1. Nesta publicação do Letras, em fevereiro de 2003, acrescentamos o nome de Fernando Namora à seção de perfis; nessa mesma ocasião, além de algumas das informações biobibliográficas, o leitor encontra um catálogo com materiais de arquivo do escritor.
2. Já Doris Lessing, até agora, aparece em três posts: uma delas foi apresentada na sexta-feira, dias depois do seu primeiro centenário; e aqui, nesta referência pontual em nossa página do Facebook, pode visitar as outras duas.
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