Boletim Letras 360º #326
Nossa
estadia no Facebook está ameaçada. Além do trabalho de preparação e edição de
material para este blog, outro que exige altas cotas de dedicação é nossa
estadia na rede social. Diariamente desenvolvemos uma ampla pesquisa para seleção
de material. Uma pequena parte disso fica registrada nas edições deste Boletim,
criado há 326 semanas – informações sobre o mercado editorial e cultural que dialoguem
com a linha editorial do blog. Além disso, publicamos material diverso de entretenimento,
sempre relacionado ao material principal editado por aqui. Há alguns dias,
entretanto, enfrentamos uma série de problemas com nossa página no Facebook,
como registramos em nota esta semana por lá e em nossa conta no Twitter
@Letrasinverso. Por razões inexplicáveis, uma vez que não nos foi apresentada
nenhuma justificativa clara, aquela rede social passou a deletar publicações
nossas com a acusação de Spam. A página do blog ali existe há 9 anos e nunca
nos utilizamos do espaço para fins indevidos. Nunca estivemos omissos em
responder por quaisquer questões que tenham sido buscadas individualmente pelos
leitores que nos acompanham. Fora isso, qualquer imposição (de quem for) é
sempre lida de nossa parte com um ato de censura. Além da apresentação pública
dessa situação formalizamos junto ao Facebook um pedido de revisão sobre o
material censurado. Aguardamos uma resposta com ciência que a rede social,
poderá, uma vez revisada as publicações, retirar a classificação indevida. É o
mínimo de zelo para com um trabalho que não tem outro interesse que o de
colocar leitores em contato com as mais legítimas expressões
artístico-literárias. Agora, se nem isso mais for possível, não restará (e é
uma pena dizer) sentido algum em continuarmos por lá; não com o fôlego de
sempre.
Agustina Bessa-Luís. |
Segunda-feira,
3 de junho
A semana começou com uma notícia triste. Morreu
Agustina Bessa-Luís.
A escritora portuguesa estava doente desde 2006, depois de sofrer um AVC; sua
vida ficara, desde então, confinada à sua residência no Porto. Nesse tempo, sua obra ganhou inéditos, incluindo um último romance, mudou de editora e foi acusada de não ser uma literatura vendável. Agustina Bessa-Luís nasceu em
Vila Meã, Amarante, a 15 de outubro de 1922. A sua infância e adolescência
serão passadas nesta região, que marcará fortemente sua obra. Estreou-se como
romancista em 1948, com a novela Mundo fechado, mas é em 1954, com
o romance A Sibila, que se impõe como uma das vozes mais
importantes da ficção portuguesa contemporânea. Autora de vastíssima obra que
inclui outras formas da prosa como a crônica, o conto e o ensaio, Agustina foi
distinguida com vários prêmios, dentre eles, o Prêmio Vergílio Ferreira,
atribuído pela Universidade de Évora, pela sua carreira como ficcionista, e o
Prêmio Camões, o mais alto galardão das letras em português. Seu último romance, A ronda da noite, saiu no ano de 2006.
Nova edição
de A consciência de Zeno, de Itato Svevo.
“Último
cigarro!” – promete, incontáveis vezes, Zeno Cosini, protagonista e
anti-herói deste que é considerado um dos mais importantes romances do século
XX. O tabagista Cosini está em tratamento psicanalítico na tentativa de largar
o vício e, por sugestão de seu analista, começa a registrar suas memórias numa
espécie de autobiografia com fins terapêuticos. Hesitante, pusilânime,
neurótico, procrastinador e pouco resoluto, Cosini, um narrador pouco
confiável, conta sua vida e seus amores – adornando-os – ao mesmo tempo em que
faz reflexões metafísicas (“A vida não é feia nem bonita, é original!”). O
resultado é uma narrativa em várias camadas, que oferece uma visão lúcida e por
vezes hilária da natureza humana, considerada por muitos o melhor romance italiano
de todos os tempos. A tradução de Federico Carotti sai pela L&PM Editores.
Nova edição
de A quinta coluna, a única peça teatral de Ernest Hemingway.
A cena
transporta o leitor aos horrores das batalhas da Guerra Civil espanhola. A
insurreição militar das forças direitistas lideradas por Franco, determinando a
origem da sangrenta e cruel Guerra Civil que arrasaria o país, mobilizou,
portanto, fortemente o espírito e o coração de Hemingway. Para ele, o fascismo
era a antítese de todas as qualidades marcantes do povo espanhol, e por isso se
opôs aos insurgentes de todas as maneiras possíveis – incluindo quatro visitas
às frentes de combate para lutar, de arma na mão, contra as tropas franquistas,
e uma série de reportagens que produziu como correspondente de importantes
jornais americanos. Foi durante uma dessas prolongadas viagens de observação e
solidariedade que, debaixo de pesado bombardeio inimigo, surpreendentemente
conseguiu tempo físico e mental para escrever em Madri, no Hotel Florida, o
texto de A quinta-coluna. A tradução de Ênio Silveira sai pela
Bertrand Brasil.
Terça-feira,
4 de junho
A nova
edição de Manuelzão e Miguilim, de João
Guimarães Rosa.
Reunindo
duas narrativas que apresentam instantes extremos dos caminhos da existência
humana, esta obra configura-se em um edifício de alta densidade literária,
construído com a engenhosidade ímpar do escritor brasileiro. Em “Campo geral”,
os leitores experimentam o mundo pelos olhos do menino Miguilim que, em seu
cotidiano vivido no seio de uma família sertaneja, consegue, graças à sua
curiosidade e inocência, enxergar – e espalhar – beleza nos lugares e
situações que vivencia. Em “Uma estória de amor”, a prosa rosiana nos conduz às
reflexões que brotam do coração sofrido do vaqueiro Manuelzão por ocasião da
festa que marca a inauguração de uma capela que ele constrói em memória de sua
mãe. Na cabeceira de sua vida, Manuelzão sente ter chegado o momento de
apropriar-se de sua história. A nova edição de Manuelzão e Miguilim traz, ao ao fim do livro, um texto da escritora Henriqueta Lisboa, no qual ela
empreende uma análise precisa e delicada sobre os escritos de Guimarães Rosa,
mais especificamente sobre a novela “Campo Geral”. Ademais, a cronologia
completa da obra Rosiana. A foto de capa é do fotógrafo Araquém de Alcântara,
produzida em 2014, na Fazenda Jaíba, localizada na cidade de Montes Claros, no
estado de Minas Gerais e a edição da Global
Editora.
Quarta-feira,
5 de junho
O novo livro
do autor de Se eu fechar os olhos agora.
Em meio às
tensões do dia do comício de João Goulart na Central do Brasil, um jovem
jornalista – indiferente às conspirações políticas à sua volta – se vê
testemunha de um assassinato, do qual se torna o principal suspeito. Enquanto
tropas do Exército, conspiradores e manifestantes vão se juntando no centro do
Rio de Janeiro, o jovem – que não se recorda de ter cometido o crime – busca,
por diversos pontos da cidade, desesperadamente, quem possa ajudar a
inocentá-lo. Inteiramente passado em 13 de março de 1964, O último dia da
inocência mistura situações e personagens reais a criações fictícias. A
primorosa reconstrução do ambiente político brasileiro tem papel decisivo no
desfecho da trama. Também primorosa é a recriação do Rio de Janeiro. Nessa
obra-prima de recomposição de uma topografia afetiva, fruto de pesquisa
meticulosa, o autor costura ficção de primeiríssima grandeza, em que se descortinam
personagens destinados a permanecer na memória do leitor.
Texto de
Tolstói que reflete sobre os objetos artísticos é novo título na Coleção
Clássicos de Ouro da Editora Nova Fronteira.
Durante as
décadas em que ficou famoso pelos clássicos Guerra e paz e Anna Kariênina,
Tolstoi também desfrutou de notoriedade como sábio e pregador. Escreveu vários
ensaios sobre temas ligados à justiça social, à religião e à moralidade, que
culminaram no livro O que é arte?. As obras de diversos artistas e
mesmo seus próprios livros são duramente questionados no curso de sua apaixonada
redefinição da arte como força propulsora do bem, da fraternidade, da ética e
do progresso do homem. O texto é entremeado por imagens que ajudam na
compreensão do que é abordado. Um clássico imperdível.
Quinta-feira,
6 de junho
Antologia
reúne contos de terror de autores que estiveram ligados à Academia Brasileira
de Letras
O ano é
1897. Estamos nas vésperas da celebração dos oitenta anos de publicação da
primeira edição de Frankenstein, ou o Prometeu moderno, de Mary
Shelley. Naquele mesmo ano, outro inglês, H.G. Wells, lança em forma de livro O homem invisível e publica os capítulos iniciais de A guerra
dos mundos em revistas da Inglaterra e dos EEUU. Já o irlandês chamado
Bram Stoker coloca nas livrarias o livro que viria a mudar sua vida e a
história da literatura: Drácula. Do outro lado do oceano, nos
Estados Unidos, um garoto de apenas sete anos acabou de escrever seu primeiro
conto, que levou o nome de “The Noble Eavesdropper”. H.P. Lovecraft é este
escritor estadunidense precoce. Mais ao sul do continente americano, no Brasil,
naquele marcante ano de 1897, quarenta intelectuais se reúnem para fundar a
Academia Brasileira de Letras (ABL), inspirados em um modelo de agremiação de
escritores já existente na França desde 1635. Cada um daqueles fundadores
escolhe um patrono para nomear a cadeira que vai ocupar, e eles passam a chamar
a si mesmos de imortais. A antologia Medo imortal, mais nova integrante da
coleção Medo Clássico da Darkside Books, vem a público para mostrar que existe
mais em comum entre esses do que pode aparentar à primeira vista. Liderados por
nosso maior escritor, Machado de Assis, aqueles intelectuais brasileiros são
pessoas de seu tempo, conectados com o que estava sendo produzido nos grandes
centros culturais do mundo em sua época. Nas páginas de Medo imortal estão reunidos, além de poesias, 32 exemplares da prosa de
escritores diretamente ligados à nossa principal instituição dedicada à
literatura. São contos que evocam o sobrenatural, apresentam monstros, descrevem
atos de psicopatas, dão o testemunho de todo tipo imaginável de atrocidades
concebidas pela mente humana. Produzidos entre a segunda metade do século XIX e
a primeira metade do século XX, tais textos representam o que de melhor se
escreveu nos primeiros cem anos de produção do terror em nosso país. Organizado
pelo jornalista Romeu Martins, a lista de autores para o livro contou com a
colaboração de estudos realizados pelos maiores pesquisadores do terror e do
insólito das principais universidades brasileiras. São ao todo treze autores,
escolhidos entre os patronos, os fundadores e os primeiros eleitos para ocupar
os salões da Academia Brasileira de Letras. Entre eles, a Darkside Books
aproveitou a oportunidade de reparar uma injustiça histórica cometida naquele
ano de 1897 e traz também contos da escritora Júlia Lopes de Almeida,
importante nome de nossa literatura que participou das reuniões para a fundação
da Academia mas que na última hora acabou sendo barrada por ser mulher em uma
instituição que em seus primeiros oitenta anos só aceitou a presença de homens.
Sexta-feira,
7 de junho
Publicação
reúne importantes títulos da obra de Oscar Wilde.
Grandes
obras de Oscar Wilde é o novo projeto editorial da Editora
Nova Fronteira; a obra nos brinda com o tom satírico e irônico tão peculiar
ao autor irlandês, nos diversos gêneros por que perpassou. Em O retrato
de Dorian Gray, seu único romance, Oscar Wilde tece uma narrativa versada
na libertinagem, retratando sem pudores a hipocrisia das esferas sociais. Em Histórias de fadas, livro de contos que escreveu para os filhos,
personagens do nosso imaginário subitamente têm de tomar consciência do mundo
imperfeito em que vivemos, numa metáfora sobre a vida. Um marido ideal e
outras peças traz, além do drama que dá título ao volume, “Salomé” e “A
importância de ser prudente”, que se destacam na produção teatral do escritor.
Nova edição
de A história do amor de Fernando e Isaura, de Ariano Suassuna.
O escritor
brasileiro publicou esta obra em 1956; é a sua primeira empreitada no campo da
prosa de ficção e foi escrito como uma espécie de exercício para a posterior
criação do Romance d’A Pedra do Reino. O autor se inspirou na clássica lenda
de Tristão e Isolda para contar essa história de um amor proibido com final
trágico, ambientado em Alagoas, e cheio de referências do Romanceiro Popular
Nordestino. O livro conta com ilustrações inéditas de Manuel Dantas Suassuna,
artista plástico e filho de Ariano, e com uma esclarecedora apresentação de
Carlos Newton Júnior, um dos maiores especialistas da atualidade na obra do
escritor paraibano.
Uma vida interrompida, de Etty Hillesum
No início
deste diário, Etty é uma jovem de Amsterdã, intensa, apaixonada, envolvida em
várias histórias amorosas. Lê Rilke, Dostoiévski, Jung. Ela é judia, mas não
praticante. Os temas religiosos a atraem e às vezes ela fala sobre eles. Então,
pouco a pouco, a realidade da perseguição começa a se infiltrar nas entrelinhas
do diário. Etty registra os rumores sobre amigos que desapareceram nos campos
de concentração, ou foram mortos ou presos. Um dia, na frente de um pequeno
grupo de árvores, ela encontra o cartaz: “Proibido aos judeus”. Outro
dia, certas lojas são proibidas aos judeus. Outro dia, os judeus não podem mais
usar a bicicleta. Etty observa: “Nossa destruição se aproxima
sub-repticiamente por todos os cantos e logo o círculo se fechará à nossa volta,
de maneira que nenhuma ajuda de pessoas bem-intencionadas será mais possível.
Agora ainda há muitas frestas, mas elas serão tapadas”. Mas, quanto mais o
círculo se fecha, mais Etty parece adquirir uma força extraordinária d’alma.
Ela não pensa por um único momento, mesmo tendo a possibilidade, em se salvar.
Pensa em como poderá ajudar aqueles muitos outros que estão prestes a
compartilhar com ela o “destino coletivo” da morte administrada pelas
autoridades alemãs. Confinada em Westerbork, um campo de triagem do qual um dia
será enviada a Auschwitz, Etty ainda exalta naquele “pedaço de campina
cercado de arame farpado” sua capacidade de ser um “coração
pensante”. Se a técnica nazista consistiu, acima de tudo, em causar a
degradação física e psíquica das vítimas, podemos dizer que, em Etty, causou o
efeito oposto. À medida que o fim se aproxima, sua voz se torna mais clara e
mais segura, sem rachaduras. Mesmo no auge do horror, ela consegue rejeitar
cada átomo de ódio, porque tornaria o mundo ainda mais inóspito. A disposição
de Etty para amar é invencível. Um dia anotou: “‘endurecido’: distinguir
de ‘insensível’”. E é a sua própria vida a nos mostrar essa diferença.
Assim, o testemunho de Etty permanece entre os mais preciosos que a perseguição
aos judeus nos deixou. A edição é da Editora
Âyiné.
DICAS DE LEITURA
Em 2004, Agustina Bessa-Luís recebeu o Prêmio Camões pelo
conjunto da obra. Nesse mesmo ano, se ensaiou publicar a obra dela aqui no
Brasil, projeto tantas começado e nunca seguido; a tentativa de então fora da
Editora Planeta que incluiu um título numa coleção editada em parceria com o governo português. Neste 3 de junho de 2019, quando soubemos da morte de
Agustina, voltamos a olhar para sua obra publicada por aqui e a se perguntar:
quando alcançaremos o sonho de ver toda obra de Agustina em solo brasileiro?
Nossas dicas assinalam cinco títulos dentre os que foram publicados no Brasil.
1. A Sibila. Esta é a obra mais conhecida de Agustina
Bessa-Luís e a que recebeu mais edições no Brasil. A narrativa é sobre Quina;
conhecemos seus antecedentes, sua relação com a mãe, o pai e a irmã e a grande
descoberta que muda, em definitivo a vida da personagem – sua capacidade de
domínio sobre os que o rodeiam. Narrado pelo ponto de vista da sobrinha da
protagonista, Germa, o relato é descontínuo e envolve existências diversas; a
obra segue a lógica da oralidade e da recordação. Encontra-se este livro em
coleções da Folha de São Paulo e na edição publicada pela Editora Nova
Fronteira.
2. Vale Abraão. Ema é uma mulher de uma beleza desafiadora. O gosto pelo luxo e pelo
refinamento, as ilusões que tem na vida, o desejo que inspira nos homens,
fazem-lhe valer o título de “pequena Bovary”. Ema terá três amantes,
mas esses amores sucessivos não vão conseguir afastá-la de um sentimento
crescente de desilusão... Estas são algumas das pistas reveladoras de uma história
que retrata a vida da alta sociedade portuguesa e que é também uma adaptação
contemporânea da Madame Bovary, romance cultuado de Flaubert. No Brasil,
o livro foi parte na coleção “Tanto mar”, da Editora Planeta.
3. Sebastião
José. Nesta obra, Agustina Bessa-Luís desvenda e interpreta a personalidade
controversa de Sebastião José, mais conhecido por Marquês de Pombal, e dos seus
contemporâneos, aqueles que o estimaram, temeram ou até mesmo odiaram. Esta é
uma obra que nos descreve exemplarmente o século XVIII português, não só sob as
luzes do Absolutismo, como também sob a perspectiva apaixonante de um homem do
seu tempo, as suas origens, ambições e a consumação do seu poder. A edição brasileira
é da Editora Nova Fronteira.
4. Breviário
do Brasil. Apesar de ser até agora pouco lida no Brasil, tal como reflete a
escassez de sua obra editada por aqui, Agustina Bessa-Luís manteve uma relação
diversa e estreita com um lugar que lhe tocou pela descontinuidade de um todo
em excesso. O pai viveu nestas terras e colocou a filha em contato com o país
desde as histórias que contava desse período às leituras de José de Alencar e
de Machado de Assis. Afetada pelas experiências de viagem viu-se motivada a
escrever sobre, reinventando esta nação, imediata e profunda, para recordar as
palavras de Caetano Veloso sobre a obra. Os textos que formam essa nova versão
do Brasil foram reunidos por Manuel Vieira da Cruz e Luis Abel Ferreira. A
edição é editora Tinta-da-China Brasil.
5. Um concerto em tom de conversa. Agustina
Bessa-Luís e Manoel de Oliveira, formam um par inusitado entre os maiores
intelectuais portugueses. De relação difícil, mas frutífera, o cineasta adaptou
muitos enredos propostos por ela. Este livro é um rico diálogo em que
compartilham memórias, discutem ideias, notícias e falam de sentimentos. Na
relação dinâmica entre os dois, nem sempre de todo concorde, o que se destaca é
o valor altíssimo conferido por ambos à palavra e à imagem. A “magia” da
palavra e a força da imagem seduzem tanto a romancista quanto o cineasta; com
meios artísticos diferentes, os dois realizam uma tentativa de escavação dos
sentimentos humanos em busca da “origem primordial”, da “verdade”, apesar de
terem consciência de que ela é ontologicamente ilusória. No Brasil, o livro foi
apresentado pela Editora da UFMG.
VÍDEOS VERSOS E OUTRAS PROSAS
1. Na página do Letras no Facebook, replicamos um documentário sobre Agustina Bessa-Luís. Produzido por António José de Almeida para a RTP2, Agustina Bessa-Luís. Nasci adulta e morrerei criança reúne depoimentos da própria escritora sobre sua infância, suas memórias, o exílio no Douro, as aventuras de juventude, o início da longa carreira como escritora e o amadurecimento da experiência de escrever. Reúne ainda depoimentos de João Bénard da Costa, Pedro Mexia, Alberto Vaz da Silva, Eduardo Prado Coelho, Inês Pedrosa, entre outros, que falam da relação com a escritora.
2. Na semana que finda, no dia 7 de junho de 2019, para ser mais exato, passou-se 30 anos da morte de Paulo Leminski. Aproveitamos a ocasião para recordar dois vídeos apresentados em nossa página no Facebook. Neste, que é um excerto do filme Vida e sangue de polaco, de Sylvio Back, de 1983, ele recita “Coração de poeta”. E este é o documentário Paulo Leminski: ervilha e fantasia; realizado para TV em 1985 por Werner Schumann, é possível acompanhar algumas sendas do pensamento do poeta.
BAÚ DE LETRAS
1. Deixamos a seguir duas publicações do Letras que sublinham o nome de Agustina Bessa-Luís e sua obra. Essas indicações são sempre em modo de convite, a ler
algo mais e buscar ler a obra referendada. Aqui, encontra um perfil da escritora copiado do Jornal de Letras em 2009; e, do mesmo periódico, notas sobre o seu último romance, A ronda da noite.
2. Em julho de
2013 o nome de Paulo Leminski passou a integrar a lista de perfis literários do blog. A post é
acompanhada de um catálogo com poemas, letras de canções e um ensaio de Leyla
Perrone-Moisés sobre o poeta. No início de 2013, os leitores brasileiros receberam pela primeira vez uma
antologia que reuniu toda a obra poética do escritor curitibano. Neste texto, o leitor encontra um comenta sobre Toda poesia, edição apresentada pela Companhia das Letras. Em Vida, da mesma editora, foram reunidos 4 ensaios biográficos escritos por
Paulo Leminski: sobre o poeta brasileiro Cruz e Sousa, o poeta japonês Bashō, e
os aqui apresentados líderes políticos e pensadores Jesus e Trótski. Leia sobre aqui.
.........................
Comentários