Boletim Letras 360º #310
Terminou na
sexta-feira, 15 fev. ’19, as inscrições para colunistas do Letras in.verso e
re.verso. A partir de agora, vamos ler as propostas enviadas, avaliá-las e tomara
alcançarmos novos e interessantes nomes para ampliar a qualidade deste blog. Novidades
em torno disso, fiquem atentos, estarão em nossas redes sociais. Por falar sobre
elas, as redes sociais, neste final de semana ficará disponível uma nova
promoção. Sortearemos um exemplar da nova edição de Grande sertão: veredas preparada pela Companhia das Letras. o
sorteio acontece em nossa página do Facebook. Depois disso, estamos preparando
um desafio para os leitores que acompanham o blog no Instagram. #Desafio10k
sorteará muitos livros bacanas. Aguarde. Abaixo estão as notícias apresentadas
durante esta semana no Facebook do Letras.
Segunda-feira,
11/02
>>> Brasil: A super-edição de
luxo de Grande sertão: veredas
Além da
edição comercial, que já está em pré-venda, a Companhia
das Letras publica uma edição de luxo do livro. Ela terá um acabamento
especial em capa dura com baixo relevo e costura aparente, e a guarda será
feita de papel artesanal da Moinho Brasil, feito de cana-de-açúcar, com impressão
em silk screen. O bordado é inspirado no avesso do Manto da apresentação, do
artista Arthur Bispo do Rosário, com os nomes dos personagens do romance, e
vestirá o livro feito uma sobrecapa. Ainda há uma faixa vermelha que terá um
fechamento com botão feito artesanalmente pela Quiari Marcenaria, que envolverá
o exemplar. O livro será entregue em uma caixa feita de buriti por uma rede de
artesãs do sertão. São 63 exemplares, em comemoração aos 63 anos de publicação da
primeira edição da obra. Eles serão numerados, tanto no bordado quanto no
livro. A edição esgotada em horas começará a chegar aos leitores dentro de 90 dias. Nesta ocasião a editora também apresentou outra novidade: um site para abrigar o conteúdo produzido na divulgação do livro.
>>> Inglaterra: Ensaio de
George Orwell, "Culinária britânica" é oficialmente publicado 70 anos depois de
ter sido rejeitado pelo British Council
Voltaire uma
vez brincou dizendo que a Grã-Bretanha tinha "cem religiões e apenas um molho".
Os dizeres são apenas diversão hiperbólica até que alguém se ofenda, como fez
George Orwell em 1946, quando escreveu, contra os estereótipos voltairianos,
sobre os prazeres incompreendidos da comida britânica. Seu ensaio,
"British Cookery", foi encomendado pelo British Council, mas eles
depois consideraram que seria "imprudente a publicação", como relata
o Daily Mail, "logo após o inverno faminto de 1946 e o
racionamento em tempo de guerra". Não que isso importe muito agora, mas
o Conselho se desculpou formalmente ao falecido Orwell, mais de 70 anos depois.
O analista sênior de políticas, Alasdair Donaldson, explica que eles estão
"encantados em fazer as pazes" publicando a redação na íntegra, junto
com "a infeliz carta de rejeição". No ensaio, Orwell garante que a
dieta britânica é "simples, bastante pesada, talvez um pouco bárbara… com sua
ênfase principal no açúcar e nas gorduras animais… Restaurantes baratos na
Grã-Bretanha são quase invariavelmente ruins, enquanto em restaurantes caros a culinária
é quase sempre francesa ou à francesa." Enfim, você pode ler tudo aqui no site do British Council.
Terça-feira,
12/02
>>> Brasil: Sobre o novo
romance de Maria
Valéria Rezende
A narrativa
de Carta à rainha louca se passa na Olinda de 1789. Isabel das
Santas Virgens, presa no Convento do Recolhimento da Conceição, escreve à
rainha D. Maria I, conhecida com a Rainha Louca. Em suas cartas, ela, tida por
muitos como também lunática, conta os destemperos cometidos pelos homens da
Coroa contra mulheres, escravizados e todos os que se encontravam mais
vulneráveis. Por meio dos tormentos passados por ela e por sua senhora
Blandina, nossa narradora expõe o pano de fundo da colonização brasileira e da
situação da mulher que ousava desafiar. O livro sai em abril pela Editora
Alfaguara.
>>> Argentina: Vem
à luz outra parte do arquivo de Alejandra Pizarnik
A maior parte do arquivo da poeta argentina encontra-se disponível na Biblioteca
da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Mas, agora, a outra parte,
que estava com a irmã de Alejandra, está disponível na Biblioteca Nacional Mariano
Moreno. São 120 títulos da sua biblioteca pessoal (quase sempre anotados à
margem), desenhos, recortes, postais, versões de poemas e três cadernos. Entre os
livros há muita poesia de nomes do surrealismo francês, da filosofia; livros de
Jean-Paul Sartre, Safo, toda a obra de Proust, Simone de Beauvoir, Flaubert, Cervantes,
Carson Mcculleres, Khalil Gibran, Henry Miller. Dos matérias, o mais
interessante é uma partitura para voz e piano que Alejandro Pinto compôs a partir
de 18 pequenos poemas de Pizarnik, que é parte dos fac-similares de um conjunto
de inéditos que foram revelados em janeiro em Madri.
Quarta-feira,
13/02
>>> Brasil: Edição
comemorativa dos 70 anos de publicação de O segundo sexo
Em 1949,
Simone de Beauvoir publicava na revista Les Temps modernes alguns
capítulos de seu próximo livro, O segundo sexo. Pioneiro, o texto
causou grande comoção por seu feminismo audacioso e consagrou a autora no
panteão da filosofia mundial. Em homenagem aos setenta anos desta obra
revolucionária, a Editora
Nova Fronteira preparou esta edição especial, que conta com a
colaboração de grandes pensadoras brasileiras. A antropóloga Mirian
Goldenberg, a historiadora Mary Del Priore e a filósofa Djamila Ribeiro
abordam, em textos inéditos, a importância da obra ao longo das décadas. Um
livreto extra traz também o impactante ensaio "Quem tem medo de Simone de
Beauvoir?", da filósofa Marcia Tiburi, e uma entrevista com Sylvie Le Bon de
Beauvoir, herdeira e editora da escritora francesa, publicada pela revista Cult. O material conta ainda com fotos que perpassam a vida de
Simone de Beauvoir, uma das mentes mais brilhantes do século XX.
>>> Brasil: Angústia,
de Graciliano Ramos, nova edição de um dos mais importantes romances
brasileiros da década de 1930
Publicado
originalmente em 1936 e apresentado aqui em novo projeto gráfico,
Angústia tem como protagonista Luís Silva, funcionário público de
Maceió que leva uma vida medíocre e sem grandes emoções até o dia em que se
apaixona por Marina. De início, a jovem demonstra certo interesse no
relacionamento e no conforto material que o casamento poderia lhe proporcionar,
mas logo acaba trocando o noivo por Julião Tavares, mais rico e poderoso.
Tomado por ciúmes e rancor, Silva fica perturbado com os acontecimentos que se
desenrolam e passa a acompanhar a vida de Marina enquanto sonha em matar
Julião. Escrito em primeira pessoa, o romance tem estrutura temporal não
linear, seguindo o fluxo de consciência do narrador-personagem e aproximando o
leitor dos sentimentos despertados pelos conflitos vividos por Luís Silva. A
edição da Editora
Record fica disponível na primeira semana de março.
>>> Brasil: O novo livro
de João
Anzanello Carrascoza
Elegia
do irmão narra uma emocionante história sobre o luto pela perda de uma
irmã. Dividido em duas partes, o livro conta a vida de Mara através das
lembranças de seu irmão. Jovem, diagnosticada com uma doença grave, Mara sabe
que terá um período conturbado de tratamento, e que o apoio da família será
fundamental para uma possível recuperação. Ao mesmo tempo, seu irmão, ao viver
a dor da notícia, não quer se deixar tomar apenas pelo sofrimento infligido a
ela, escolhendo também se lembrar de como eles viveram, da memória dos momentos
passados juntos que solidificaram essa relação fraternal através dos anos. Com
uma narrativa envolvente e belíssima, João Anzanello Carrascoza constrói um
retrato contundente e apaixonado de uma das ligações mais íntimas do ser
humano: a irmandade. Mara e seu irmão são carne da mesma carne, frutos de um
mesmo amor, mas ainda assim são indivíduos repletos de conflitos e diferenças.
A dualidade humana se estabelece no romance e na comunhão entre os irmãos
marcados pelo fim precoce. O resultado é uma obra única, que ratifica o vigor
lírico do autor e seu domínio da narrativa longa. A edição sai pela Editora
Alfaguara na segunda semana de março.
Quinta-feira,
14/02
>>> Brasil: Coletânea inédita
de textos de Virginia Woolf centrados na questão da relação entre masculinismo
e militarismo, entre patriarcado e ditadura
Três
guinéu, o livro em que Virginia Woolf desenvolve o argumento de que
existe uma estreita conexão entre patriarcado e militarismo, foi publicado, na
Inglaterra e nos Estados Unidos, em 1938. Nesse mesmo ano, a revista americana The Atlantic Monthly publicou, em duas partes, uma versão abreviada
e reestruturada do livro. "As mulheres devem chorar" foi o título
dado à primeira parte, enquanto o título da segunda o repetia, com um
acréscimo: "As mulheres devem chorar. Ou se unir contra a guerra". É
em torno desse ensaio e dessa temática que se centra a presente coletânea,
acrescida, entre outros, de "Profissões para mulheres", texto escrito
em 1931, focado no tema da dificuldade de acesso das mulheres às profissões
liberais, e do comovente ensaio "Pensamentos sobre paz durante um ataque
aéreo", publicado em outubro de 1940, em plena Segunda Guerra e cinco meses
antes da morte da autora. Fecha o livro organizado por Tomaz Tadeu e parte de
uma nova coleção apresentada pela Autêntica
Editora, a éFe, um posfácio de Guacira Lopes Louro, estudiosa de gênero e
sexualidade.
>>> Brasil: Livro reúne
depoimentos, entrevistas e resenhas sobre Orides Fontela
Orides
Fontela é uma poeta muito conhecida? Talvez seja muito fácil responder a essa
pergunta se lembrarmos que a autora recebeu um prefácio e uma orelha de ninguém
menos que Antonio Candido. Além disso, foi lida e avaliada por diversos
críticos de literatura como Davi Arrigucci, Alcides Villaça, Augusto Massi,
Flora Sussekind, Haquira Osakabe, Elizabeth Hazin etc. Entre seus pares recebeu
leituras de gerações diferentes, de 1970 para cá, como Cacaso, Ivan Junqueira,
Age de Carvalho, Rodrigo Garcia Lopes, Donizete Galvão, Heitor Ferraz. E não
ficaram de fora diversos jornalistas que também resenharam seus livros no calor
da hora, e na maioria das vezes sempre com críticas favoráveis. Em sua maior
parte os textos saíram em jornais diários, revistas semanais e acadêmicas. Num
intervalo de tempo relativamente curto teve a reunião de sua obra por três
editoras diferentes. Afora isso, no âmbito da academia estudos vêm sendo
feitos. De fato, Orides foi reconhecida em vida e depois de vinte anos de sua
morte continua sendo lembrada. Em se tratando de poesia e de uma poeta com um
histórico de convivência complicada, a recepção não poderia ter sido melhor,
como de fato foi e merecidamente. Afinal, a sua poesia de extrema contenção de
palavras, de um lirismo seco; sem vincular a nenhuma moda, inclusive ao
feminismo. Aliás, o único poeta mais citado nas entrevistas não por acaso é
Carlos Drummond, quem Orides diz estar na gênese de sua poesia. Orides
Fontela: toda palavra é crueldade, organizado por Nathan Matos e
publicado pela Editora
Moinhos, reúne depoimentos, entrevistas e resenhas que ilustram a dimensão
da potência que a palavra tinha para Orides Fontela. Contudo é de dar pena ler
certas passagens em que a poeta revela, por várias vezes, sua condição social.
Por outro lado, seu humor corrosivo e direto nas respostas, inclusive sobre
poesia e certos poetas, não perdoando nem a si mesma, dá o que pensar sobre
como cada poeta assume publicamente seus limites críticos. Nota-se, por
exemplo, que seus textos/resenhas demonstram não só uma lâmina afiadíssima, mas
uma autora independente e que elogia e critica quando é necessário, sem meias
palavras. Com este conjunto de textos vindos em boa hora, os interessados não
apenas na obra da poeta, mas leitores de poesia e sobretudo poetas certamente
tirarão ótimo proveito avaliativo de cada parte.
Sexta-feira,
15/02
>>> Brasil: Duas traduções de Andrêi Platônov a sair em 2019, Chevengur deve sair pela Ars e
Vita e A escavação, pela Editora 34
Andrêi
Platônov nasceu em 1899; é autor de obras negativamente criticadas a partir de
1929; foi pai de um filho morto aos dezessete anos depois de seu regresso do
gulag, correspondente de guerra durante a Segunda Guerra Mundial e morreu de
tuberculose em 1951. Não só não caiu no gosto dos burocratas soviéticos como
recebeu do próprio Stálin uma anotação reprovadora sobre sua obra. Fora da
censura, o escritor foi sempre admirado por nomes de seu ofício como Pasternak
e Bulgákov. A escavação é o romance mais conhecido de Platônov.
Escrito em 1929, ele continuou inédito na própria União Soviética até 1988. Ele
conta, de forma sombria e satírica, a história de um grupo dos primeiros
trabalhadores soviéticos tentando cavar as fundações de um grande edifício -
que nunca será construído. Revisor assíduo de suas obras durante 20 anos,
Chevengur é um de seus poucos livros que não chegou a redigir uma
versão definitiva. No livro conflui a atroz experiência coletiva da terrível
fome que atingiu as regiões mais ricas em cereais na primeira metade da década
de 1920. A ideia de que o homem é um ser metafísico e a visão apocalíptica
— profundamente russa — que no concebe a existência de grandes esperanças sem os
holocaustos que as acompanham é a tônica dominante. A partir de 2020, Editora
34 tem planos de lançar ainda Djan e um volume de contos contendo o
elogiado "O retorno".
>>> Brasil: Nova edição
de David Copperfield, de Charles Dickens
Considerado
o maior escritor inglês da era vitoriana e admirado por Dostoiévski e Van Gogh,
Charles Dickens, de todas as suas obras, tinha uma favorita: David
Copperfield. Neste romance de formação, em muito inspirado na vida de seu
autor, acompanhamos o amadurecimento e a tumultuosa jornada de David, um menino
nascido à meia-noite de uma sexta-feira — o que, segundo a superstição, o
condenaria a ser infeliz. Em uma narrativa repleta de tensão, encontramos não
apenas personagens memoráveis, mas também um retrato contundente da realidade
social da época.
>>> Brasil: O que
te pertence, de Garth Greenwell
Aclamado
como o grande romance gay de nosso tempo, este livro é uma delicada e
inteligente investigação do amor e da memória. Em um dia de outono
excepcionalmente quente, um professor americano entra em um banheiro público
sob o Palácio Nacional da Cultura de Sófia, Bulgária. Lá ele conhece Mitko, um
jovem carismático que cobra por sexo. Nos meses seguintes, o relacionamento
entre os dois se aprofunda e fica cada vez mais íntimo e intenso. Enquanto se
esforça para reconciliar seu anseio com a angústia crescente, ele é forçado a
lidar com sua própria história: suas experiências formadoras de amor, sua
dolorosa rejeição pela família e por amigos e a dificuldade de crescer como gay
nos Estados Unidos da década de 1990. Surpreendentemente erótico e imensamente
forte, O que te pertence conta uma história inesquecível sobre como
passado e cultura, cicatrizes e vergonhas podem moldar quem somos e determinar
a maneira como amamos. Traduzido por José Geraldo Couto, o livro sai pela
Todavia.
>>> Brasil: O primeiro
romance de Guilherme
Gontijo Flores
Joia passeia
por seu bairro e realiza seus afazeres diários. Mas quem é Joia? Ou ainda – e
de acordo com a pergunta que este notável romance parece nos fazer o tempo
inteiro –, o que faz essa pessoa ser quem ela é? Pelos olhos que a rodeiam,
conhecemos apenas fragmentos de Joia. Como num jogo de espelhos, a história
ilumina também as vidas que a cercam, e aos poucos forma-se um painel não só de
uma pessoa, mas de um lugar e seus habitantes. O espelho pode se voltar também
para o leitor, que se verá diante de perguntas como "quem somos?", e "por que
somos o que somos?" A edição de História de joia é da Todavia.
>>> Brasil: O novo livro
de Nuno Ramos reúne ensaios
Ensaios que
trazem uma visão original e poderosa sobre a cultura brasileira. Literatura,
artes plásticas, cinema, futebol, canção popular. São muitos os temas de
interesse de Nuno Ramos, mas uma obsessão é comum a todos os textos: O Brasil.
Por trás de ensaios sobre tunga, Caetano Veloso e Glauber Rocha, há uma
interpretação complexa e vertiginosa do país. Capaz de condensar reflexões de
alto grau de abstração, referências diversas da cultura popular e voz autoral
numa prosa cristalina e jamais previsível, Nuno deixa claro neste livro que
além de grande artista e ficcionista de mão cheia, é também um dos maiores
ensaístas atuais. Verifique se o mesmo sai pela editora Todavia.
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* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidades das referidas casas.
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