Boletim Letras 360º #307
Depois de
enviarmos os brindes referentes à nossa última promoção: sorteamos entre os
leitores que participaram de uma enquete de fim de ano que pedia para
responderem sobre o melhor livro que leram em 2018: já preparamos o próximo
sorteio que será uma edição do esperado Grande sertão: veredas (no trabalho da Companhia
das Letras). Na segunda-feira, 28, voltamos com as publicações diárias aqui no blog.
E, não deixamos de lembrar que recebemos inscrições de interessados em participar
do Letras como colunista – todos os detalhes sobre estão neste link. Bom, a
seguir as notícias que copiamos esta semana em nossa página no Facebook.
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Segunda-feira,
21/01
>>> Estados Unidos: Encontrado
Thomas Pynchon. Mas ele estava desaparecido?
O tabloide
sensacionalista National Enquirer publicou a primeira foto de Pynchon em 20
anos e agora uma para o arquivo das quatro que circularam em mais de meio
século de carreira. Vangloriaram-se do feito com o relato do fotógrafo: “Foi
alucinante! Quase é o mesmo plano da fotografia anterior!” Na foto, resultado
de seis meses de longa investigação segundo o NE, Th Pynchon aparece de casaco
preto apoiado numa bengala; calças com bolsos e tênis branco; usa óculos de
armação arredondada e uma abundante cabeleira e bem cuidada barba branca. Veja as fotos aqui. O
escritor estadunidense conta com 81 anos de idade. Seu livro mais recente no
Brasil foi publicado em 2017, O último grito, pela Companhia
das Letras.
>>> Brasil: Nova edição
de Vidas secas
Depois da
edição especial apresentada em homenagem aos 80 da primeira publicação desta
obra-prima da literatura brasileira, a Editora
Record publica edição comum em um novo projeto gráfico. Vidas
secas acompanha a trajetória da família de Fabiano, Sinha Vitória, os
dois filhos do casal e a cachorra Baleia na fuga do sertão em busca de
oportunidades. É o romance em que Graciliano alcança o máximo da expressão que
vinha buscando em sua prosa: o que impulsiona os personagens é a seca, áspera e
cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres
em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro.
>>> Brasil: Nova edição
de um dos ensaios mais conhecidos de Virginia Woolf
"A
liberdade intelectual depende de coisas materiais. A poesia depende da
liberdade intelectual. E as mulheres sempre foram pobres, não por meros
duzentos anos, mas desde o começo dos tempos." Ao ser convidada, em 1929,
para palestrar para um grupo de jovens universitárias sobre o tema As mulheres
e a literatura, Virginia Woolf (1882-1941), após muito refletir, chegou à
conclusão que se tornou célebre: "uma mulher, se quiser escrever
literatura, precisa ter dinheiro e um quarto só seu". Neste ensaio –
considerado um dos textos de não ficção mais influentes do século XX – a autora
se debruça sobre o elo entre a condição social das mulheres e sua pequena
representatividade como escritoras e pensadoras. Imagina como teria sido se
Shakespeare tivesse uma irmã com pendores literários e recupera os séculos de
limitações impostas às mulheres. Pondera sobre a importância da educação
formal, da educação financeira e da igualdade de oportunidades como
pré-condições para o pleno exercício de liberdade intelectual – além de
celebrar escritoras que conseguiram suplantar tais obstáculos e ter êxito em
uma cena literária patriarcal. Uma das maiores ensaístas do século XX
desenvolve, de forma genial, argumentos que reverberam até hoje nas discussões
feministas e de gênero. Traduzido agora como Um quarto todo seu,
por Denise Bottmann o livro sai pela L&PM Editores.
Terça-feira,
22/01
>>> Brasil: Reedição da
obra de Dias Gomes ganha título que é a cara do Brasil vigente
O Brasil
visto pelo lado contrário do binóculo: histórias de um país de propalado
progresso e escondidas misérias. Dias Gomes desentranhou da peça "O
bem-amado", uma novela de televisão de amplo êxito e, a seguir, um seriado
de TV, também de vasta repercussão popular, sete divertidíssimos episódios que
narram as "venturas e desventuras de Zeca Diabo e sua gente nas terras de
Odorico Paraguaçu". "Sucupira, ame-a ou deixe-a" é um livro
ameno e alegre, zombeteiro e hilariante que, através da gozação e da galhofa,
critica a realidade político-social brasileira, dessacralizando mitos,
comportamentos, costumes e posturas. Um livro para rir, mas também para
meditar. A obra integra as reedições de Dias Gomes pela Bertrand Brasil.
>>> Brasil: A
ingênua libertina, de Colette ganha reedição no Brasil
Um
verdadeiro tratado sobre a liberdade, o desejo feminino, o casamento e a
maternidade, A ingênua libertina foi publicado por Colette em 1909, mas sua
leitura em nada nos parece datada ou antiquada. A escritora francesa consegue,
com sua protagonista e com uma linguagem lírica e ao mesmo tempo sagaz, fazer
um retrato vívido da condição feminina no início do século XX, tantas vezes
podada pelas mãos de uma sociedade que exige tudo de mulheres, menos a
independência. Nesta que é uma das obras mais espirituosas de Colette,
conhecemos Minne, uma menina atrevida e irreverente que sonha em se juntar a um
bando de criminosos de Paris e se aventurar pelo mundo ao lado de um grande
amor. Mais tarde, já adulta e casada com um primo, mas frustrada com os rumos
que sua vida tomou, ela se lança em casos extraconjugais em busca de prazer e
descobertas, embora suas escapadas não saiam exatamente como o esperado. Mas,
um dia, tudo parece mudar... A ingênua libertina é um romance que
traz muito da biografia de sua autora, uma personalidade literária peculiar e
virtuosa que desafiou as convenções da sua época e que soube ser original e
popular, encantando, assim, a França e o mundo. O título sai no âmbito da
coleção Clássicos de Ouro, editada pela Nova Fronteira Editora.
>>> Brasil: Obra de
Pepetela que apresenta a realidade de Angola no período pós-independência chega
ao Brasil
O país
entrevisto pelos olhos de um cachorro pastor alemão. Em O cão e os
caluandas, livro publicado por Pepetela originalmente em 1985, todas as
histórias se passam Luanda, capital de Angola, após 1980, e trazem episódios e
anedotas sobre as andanças do cão, que invade desde passeatas até reuniões de
sindicato, sempre lembrando ao leitor e os caluandas – palavra para designar os
moradores de Luanda – deste pedaço do colonizador deixado para trás (um cão
polícia, mas já nascido após a independência). Os relatos, coletados por um
autor anônimo, contam as diversas versões da vida do cão, seus diferentes
donos, e os muitos lugares por onde passou e onde foi visto. Há um poeta, uma
prostituta, um funcionário público, um mecânico... Diversas pessoas que
conheceram o cão de alguma maneira. A edição sai pela coleção Vozes da África,
da Editora Kapulana.
Quarta-feira,
23/01
>>> Brasil: A primeira
parte dos diários de Franz Kafka
Franz Kafka
começou a registrar um diário em 1909, aos vinte e seis anos, e prosseguiu até
1923, meses antes de morrer. Pela primeira vez seus diários são apresentados ao
leitor brasileiro em tradução direta do alemão e numa edição integral, baseada
na mais moderna edição crítica. O primeiro volume traz as anotações de 1909 a
1912 – justamente o período inicial da carreira profissional de Kafka, tanto na
companhia de seguros quanto na literatura (em 1908 ele havia publicado seus
primeiros textos e desde então nutria grandes ambições literárias). O que
emerge das páginas é a quintessência do gênio que se descortinará, mais tarde,
em seus perturbadores e perturbados protagonistas, de Gregor Samsa, de A
metamorfose, a K., de O processo. Vemos aqui um Kafka em
verdadeira autoanálise, refletindo sobre a educação recebida, seu eterno
estranhamento diante de tudo, sua relação conflituosa com o mundo do trabalho,
reflexões sobre costumes judaicos, expressões de desconforto com o próprio
corpo (numa neurose quase hipocondríaca), seus sonhos, as angústias com sua
vida de solteiro, sua persistente solidão – mesmo quando conta sobre incursões
na vida mundana, em círculos literários ou sociais –, suas muitas leituras e
autores admirados. A tradução de Renato Zwick sai pela L&PM Editores.
>>> Brasil: José Eduardo
Agualusa e Mia Couto, duas imaginações juntas
Os dois
escritores têm histórias diversas de leitores que confundem um com o outro. E,
confusões à parte, eles se unem em torno de uma ideia: publicar, pela primeira
vez, um livro escrito pelos dois. O terrorista elegante e outras
histórias sai em abril. É escrito exclusivamente para o selo Tusquets /Planeta
de Livros Brasil. O selo tem trabalhado na reedição da obra de Agualusa.
Quinta-feira,
24/01
>>> Brasil: "Guimarães
Rosa: narrar é resistir"
Este é o
nome de um curso ministrado pelo colunista do Letras
in.verso e re.verso Guilherme Mazzafera. Os seis encontros são um
convite à leitura da obra de Guimarães Rosa (1908-1967), a partir de seus
escritos de juventude (1929-30), passando pelo volume não publicado de versos
Magma (1936), pela estreia oficial com Sagarana (1946)
e culminando na apreciação de seu único romance, Grande sertão:
veredas (1956). Por meio de leituras, exposições críticas e uma análise
detalhada dos textos, procura-se apresentar uma visão compreensiva da obra,
incluindo o pouco conhecido conjunto de textos publicados em jornais do período
entre 1947 e 1954, reunidos em sua quase totalidade e com mudanças
consideráveis nos volumes póstumos Estas estórias (1969) e Ave, palavra (1970). O curso acontece entre os dias 7 de fev. e 14
de março de 2019, sempre às quintas-feiras, das 19h às 21h30 em Lugar de Ler
(Rua Pedro Ortiz, 94 • Vila Madalena, São Paulo).
Sexta-feira,
25/01
>>> Brasil: Duas das
principais obras de William Wordsworth estão na lista dos próximos títulos a
ganhar edição no Brasil
Baladas
líricas e o longo poema autobiográfico O prelúdio. Quem
prepara a edição é Sofia Netrovski; trata-se de uma introdução ao mundo em que
poeta viveu e à poesia feita na Inglaterra do final do século XVIII. Com
Baladas, Wordsworth ajudou a lançar o romantismo na literatura
inglesa, em 1798, e se tornou o maior poeta desse período, ao lado de Samuel
Taylor Coleridge. O livro será publicado pela Editora Âyiné.
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* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidades das referidas casas.
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