João Cabral olha Joan Miró
Por Pedro Fernandes João Cabral de Melo Neto e Joan Miró Em Manual de pintura e caligrafia , um dos primeiros romances de José Saramago, encontramos um pintor que, tomado pelo progressivo desinteresse das pessoas pela pintura expressiva se dedica à pintura figurativa, exclusivamente de retratos, esta que, possivelmente pela popularização da fotografia também cai em desuso. A última opção de H. é pela escrita, construída esta a partir de sua leitura interpretativa, espécie de crônica de observação, ainda eivada do plano visual e imagético que caracteriza seu modo de ver. A circunstância se apropria de uma discussão bastante clara no universo interartes (literatura-pintura) – ou mesmo anterior a ele, que é a relação entre palavra e imagem. Não é interesse nestas notas enveredar por uma leitura deste livro do escritor português; tampouco ensaiar-se num itinerário, amplo e diverso qual o destas relações. Alinhavemos as duas questões, entretanto, numa compreen