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Era uma vez uma mulher que tentou matar o bebê da vizinha, de Liudmila Petruchévskaia

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Por Pedro Fernandes Uma tarefa da literatura dentre as mais belas, e da qual escritores de variado tempo e escolas têm se afastado – o que não o fazem menores, de forma alguma, mesmo porque renovou faces diversas do literário –, é a criação do fabular. Esta, aliás, constitui a base de toda literatura. E, para que esta constatação faça sentido é suficiente citarmos os registros diversos que determinaram as bases criativas para toda ficção do Ocidente (e certamente do restante do mundo). No nosso caso, por que esquecer das epopeias gregas, a Ilíada e a Odisseia , se cada uma, alimentadas ora pelo mítico, ora pela história dos povos, não deixa de se constituir pelas filigranas próprias da imaginação? Ou dos vários livros bíblicos povoados, uns integralmente, pelo conteúdo fabular? O que aqui se chama por criação fabular pode ser compreendida como a expressão de ordem exclusivamente imaginativa, ou, se preferir – até porque resulta impossível tratar de conteúdos literário