Quão livres devem ser os romancistas para imaginar vidas radicalmente diferentes?
Por Morgan Jones Meu novo romance [ The Good Sister , 2018] pode precisar de alguma justificação. Metade dele é narrada por Sofia, uma garota de 17 anos nascida no Cairo; eu sou um homem de 47 anos que nunca viveu fora do Reino Unido. Mais precisamente, a história começa com Sofia chegando à Síria para se juntar ao Estado Islâmico – uma vasta distância de qualquer experiência minha. No âmbito privado, perguntaram-me o que me dá o direito de contar esta história. Com o livro recém-lançado, espero ter de responder esta pergunta publicamente. É uma boa questão. É uma questão problemática, debatida com compreensível ardor nos últimos anos. Um lado enxerga nela um ato presunçoso ou, pior, exploratório: aqueles acostumados a ter um público para suas histórias usurpam a experiência, cultura e identidade daqueles que nunca são ouvidos. Opor-se a isso é correto. Controle o passado e você controla o futuro, como nos conta Orwell; as estórias ficcionais que contamos nos moldam t