Hilda Hilst e não outra
Por Pedro Fernandes Há pelo menos duas direções comuns às narrativas quando o assunto é a biografia de um artista. Uma delas é tentar acompanhar sua obra na busca por uma compreensão sobre sua personalidade, investigando como determinadas peças estão imbrincadas a contextos da vida pessoal do criador e revelando em simultâneo, por conseguinte, episódios biográficos e criativos, como se uma cartografia combinando vida e obra. Geralmente, esses trabalhos são conduzidos por acadêmicos e ao passo que podem se apresentar como o mais completo também podem se perder no excesso das interpretações infundadas – sobretudo para os casos em que, e é a coisa mais comum, a obra não é produto de um determinado momento da vida de seu criador, mas peça independente. As situadas na outra direção – e nesta se insere Eu e não outra: a vida intensa de Hilda Hilst , de Laura Folgueira e Luisa Destri – procuram acompanhar à distância, como se um expectador curioso, ou um detetive, a v