Emily Brontë, 200 anos de desafio e vigência de uma autora clássica
Por Winston Manrique Sabogal Numa casa de tijolos avermelhados e madeira, no alto de uma colina vigiada pelo cemitério do povoado e os rugidos do vento, se construiu lentamente um milagre literário. É a voz poderosa e persuasiva de Emily Brontë, a mais sozinha das três irmãs que sobreviveram ao rosário de infortúnios da família. Nascida há dois séculos, em 30 de julho de 1818, seu único romance, O morro dos ventos uivantes , e cerca de duas centenas de poemas, assinados com o pseudônimo masculino de Ellis Bell, desafiaram a época vitoriana, romperam os esquemas literários predominantes, abriram novas vias à literatura e trouxe vários temas inovadores, alguns com ares feministas. “ O morro dos ventos uivantes é um grande relato social da época, que a partir da paixão de Catherine e Heathcliff mostra situações novas, como a violência doméstica, o alcoolismo ou a tomada de decisão de uma mulher”, explica Álvaro Pombo. “Um romance com uma grande paixão e capacidade d