Breve elogio do sexo
Por Carlos Mayoral La Nouvelle Justine ou Les Malheurs de la Vertu, de Sade Como alguém tende, comumente, a buscar na literatura o que não encontra na vida, é muito comum que o leitor (ou o escritor, se é que não é o mesmo) idealize a página por sobre suas possibilidades. A arte é uma vida hiperbolizada. O amor é mais amor se o descobres num soneto medieval, como a amizade é mais amizade se serve para que cavaleiro e escudeiro lutem com gigantes ou a infidelidade é mais infidelidade se aparece num romance russo. Também Londres é mais Londres se narrada sob a pena de Dickens ou, a vida em um mosteiro dos Apeninos é atrativa se a descreve Umberto Eco. E este exagero não tem por que ter somente um tom alegre. Também o medo é o mais medo sob as letras de Maese Pérez, o assassinato dói mais nas linhas de Capote que durante os trinta e cinco minuto s do jornal e a agonia se saboreia com mais amargura se é Ivan Ilitch que a padece. Até aqui, tudo bem. Agora, e o que ocorre qua