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Mostrando postagens de julho 17, 2018

A arte do romance

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Por Antonio Muñoz Molina Terminei de ler The other house e fiquei um tempo com o livro nas mãos, sem fazer nada, deixando que o romance se fixasse em mim, como quando termina um filme no cinema e alguém ainda está tão tomado pelo que viu que não se move do seu assento e não tem vontade de se levantar nem de sair logo à rua. (Deveria existir momentos assim num concerto, ao final de uma obra, parêntesis respeitosos de silêncio, antes do frenesi algo exibicionista dos aplausos). Depois de terminar Ther other house e de ficar paralisado por um tempo voltei ao começo e me concentrei de novo na leitura, agora com a clareza da segunda vez, que me permite dar conta de todos indícios que Henry James vai insinuando desde a primeira página. Sempre se está distraído quando se começa um romance. É como entrar da rua num lugar em penumbra. Há pormenores fundamentais que não se ver logo de primeira: motivos que se enunciam rapidamente, mas que o ouvido não sabe distinguir. Por iss