Custódia, de Xavier Legrand
Por Pedro Fernandes O que não se deixa ver aos olhos da justiça. Ou a impossibilidade da lei em penetrar nos meandros mais escuros da violência doméstica. As duas maneiras são possíveis de definir este que é o primeiro longa-metragem Xavier Legrand. No Festival de Veneza, o trabalho do diretor francês ganhou destaque como Melhor Primeiro Filme e Melhor Direção. Situada entre o suspense e o drama, a narrativa de Custódia é a das que lidam com o estriamento dos nervos do espectador. Isso porque o drama da separação é aqui transposto do lugar-comum das personagens principais envolvidas nesse imbróglio para aquela que nos estados que se orgulham do imperativo da ordem pela confiança nos sistemas jurídicos seria a parte menos afetada sobretudo quando tornada no foco do exercício de proteção. Assim, todo impasse levado à permanência pela jurisprudência que interpreta o caso entre Miriam e Antoine Bessom como uma forja dos dois e entende que a guarda de Julien é dever dos doi