Henriqueta Lisboa: ressonâncias de uma leitura
Por Márcio de Lima Dantas Para Daura, prima minha Uma das maiores alegrias que tive na minha vida foi quando um funcionário da Poty Livros me ligou dizendo que tinha conseguido o volume número I das Obras Completas: poesia geral (1929-1983) da poetisa mineira Henriqueta Lisboa. Esse acontecimento me evocou a personagem do conto "Felicidade Clandestina", de Clarice Lispector, cuja alegria maior foi conseguir emprestado, após se submeter a uma série de perversas humilhações de uma amiguinha, o livro de Monteiro Lobato As Reinações de Narizinho . Diferente da personagem, menina pobre ávida por leituras, meses antes fizera eu o pedido à livraria, mais uma das inúmeras tentativas impetradas de localizar alguma coisa da poetisa, pois tudo o que lera fora através de antologias. Sempre que ia a algum sebo ou livraria repetia inexoravelmente as mesmas palavras: - Você teria alguma coisa da Henriqueta Lisboa? Mas eu vou segredar uma coisa; agora, não digam a nin