O homem do século
Por Luiz Mendes Ilustração Eoin Ryan. Sobre a capacidade única de escrutínio do homem pela literatura neste século Há um homem a ser decifrado... sempre! E quem somos neste início de século? Em que nos diferimos de nossos vizinhos do século XX? Bom, talvez para você, que, como um Gurgel, acredita que a literatura deva ser primordialmente uma imersão nos clássicos, questões como essas não façam sentido e, por isso, parar a leitura por aqui certamente é o melhor a se fazer. Mas se, como eu, acredita que um dia um clássico foi um contemporâneo, atual, e que, por isso, se apropriou das características do homem de sua época e as interpretou sob o véu da ficção, vamos prosseguindo... Quero dizer que um clássico como Odisseia , por exemplo, dialoga com sua época, a Antiguidade Grega, a grandiosidade das conquistas helênicas, a visão de mundo dos gregos sobre vida, morte, família e sociedade. Tudo isso pode parecer distante de nosso mundo contemporâneo, mas torna-se ín