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Wisława Szymborska, a poeta do acaso

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Por Fernanda Fatureto No poema “Entre muitos”, incluído na antologia Poemas (Companhia das Letras, 2011), Wisława Szymborska anuncia: “Sou quem sou./Inconcebível acaso/como todos os acasos./Fossem outros/os meus antepassados/e de outro ninho/eu voaria/ou de sob outro tronco/coberta de escamas eu rastejaria”. Este é um dos poemas-chave para adentrar o universo de Szymborska. Nascida na Polônia, em 1923, presenciou a guerra em seu país durante duas trágicas ocupações – a nazista na Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, a Stanilista que forjou mais de quatro décadas de totalitarismo. Regina Przybycien, tradutora da poeta no Brasil, afirma no prefácio de Poemas que após a morte de Stálin “os escritores na Polônia puderem seguir com maior liberdade em busca de uma voz individual”. No caso de Szymborska, encontraremos a casualidade da existência humana e da natureza dialogando entre si, numa rara postura de que a poeta nada sabe e encontra nas palavras a interrogação fund