Cinema de autor e despertar da consciência
Por Rafael Kafka Nostalgia , de Andrei Tarkovsky, 1983. Andrey Tarkovsky escreveu um livro no qual fala que a matéria-prima do cinema é o tempo. Um dos maiores diretores de todos os tempos foge ao senso comum e não afirma serem as imagens o que essencializa o cinema, mas sim o modo como o tempo é esculpido pelos diretores em cada produto cinematográfico. Por mais absurda que soe essa afirmação que subjaz à escrita de todo o excelente Esculpindo o tempo ela faz mais sentido do que imaginamos, afinal de contas o ser é tempo. Há algum tempo, essa noção da temporalidade como elemento primordial dentro da obra narrativa em si já me chama a atenção, em especial nas obras que justamente buscam romper com a narrativa mais linear da literatura tida como clássica. A visão de Tarkovsky é ampliada pela noção de ser o diretor a figura central do processo de produção que é o cinema. Tal arte deve ser sempre lembrada como produto das eras mais tardias do capitalismo e por isso pos