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Mostrando postagens de março 19, 2018

Letras andróginas

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Por Silvia Alexandrowitch A poesia de Lord Byron e Arthur Rimbaud não coincide em nada, mas a vida e as características dos dois todavia permanecem como modelo estético de artistas do tipo boêmios e malditos. O primeiro foi um poeta romântico, o segundo, um simbolista. O primeiro morreu em 1824 e o segundo nasceu em 1854. Por nenhum deles passou pela cabeça criar um pseudônimo para se proteger numa sociedade embora disposta a aplaudir suas obras, moralmente rígida, e logo condenatória de suas vidas extravagantes. O dandismo, a androginia e a ambiguidade sexual foram motivos para escárnio, mas, no fim de tudo, eram homens com todos seus atributos. Isto somado ao imenso talento permitiram-lhes escrever intensa e prolificamente e viajar por países exóticos. Eram homens, tinham seus direitos. Byron acumulou dívidas e escândalos, excessos de todo tipo: amantes, amores homossexuais, filhos abandonados, travestismos. Buscou o autoexílio para se livrar da censura britânica q