Magnólia
Por Rafael Kafka Acordo pela manhã aliviado por voltar ao trabalho. Três semanas em casa, preso pela chuva, pela folga e pelo trânsito ruim me fizeram entender perfeitamente que por mais que ame o sossego eu gosto mesmo de me sentir em movimento. Em certos momentos, penso que gostaria de ter um dia dobrado em duração ou não ter de dormir tanto para me sentir descansado na manhã seguinte. Coloco os livros na mochila e sigo para a escola em um dia ideal qualquer. Passo horas falando e discutindo com alunos sobre diversos temas, usando a língua portuguesa e a interpretação de texto como pretextos para convite ao pensamento crítico da realidade. Cada fala deles me faz pensar em algum pensador ou escritor já lido por mim. Hoje mesmo, um aluno falou em níveis de homofobia e me fez pensar no conceito de violência simbólica, o qual me remete demais a Pierre Bourdieu. Outra aluna, começa a falar das “mulheres de malandro” e de como as julgamos sem entender que elas, quase sempre,