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Mostrando postagens de fevereiro 9, 2018

Reflexões políticas sobre a estética do romance

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Por Rafael Kafka Milan Kundera escreveu dois livros nos quais se dedica a falar com ardor e argúcia sobre a arte do romance. Penso que muitas de suas observações podem e devem ser lidas como observações válidas na realidade para a arte literária em si. Hoje em dia, percebo que a principal diferença entre um texto literário e um texto não literário é algo que aprendi com as leituras de Paul Ricoeur. Nelas fui apresentado ao conceito de referencialidade metafórica. Até então, eu acreditava que literatura era ficção, basicamente. Tudo aquilo que era criado pela imaginação criadora do poeta era digno de ser considerado literário. Havia em mim já uma clara noção de escritores os quais se utilizam de suas experiências pessoais para produzir suas obras, mas não com maturidade suficiente para lidar com textos como os Carlos Heitor Cony e Marcel Proust, os quais me levaram a cogitar se memórias em si, sem os subterfúgios da “ficcionalização” seriam literatura. O conceito ap