Roda gigante, de Woody Allen
Por Pedro Fernandes “Ouça-me bem, amor / Preste atenção, o mundo é um moinho / Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos / Vai reduzir as ilusões a pó”. Os versos de “O mundo é um moinho”, de Cartola bem poderiam ser um resumo sobre Roda gigante , de Woody Allen. O compositor brasileiro bebe na filosofia popular segundo a qual a vida segue o curso dos astros para um eu-lírico que amargurado pela perda de um amor sentencia o que o destino não deixará de revelar: tudo depende das escolhas que fazemos na vida. Curiosamente a sentença também acompanha o pensamento de Ginny, uma atriz frustrada que ganha a vida como garçonete num restaurante em Coney Island, praia no Brooklyn, em Nova York. A roda gigante / moinho é o elemento central da trama; envolve como elemento cênico – é a atração principal do parque de diversões onde trabalha o segundo marido de Ginny e estrutura dominante na paisagem de onde vivem o casal com o filho Richie – e como metáfora para a vida. As personage