Nicanor Parra, o último antipoeta (e o primeiro)
Por Javier Rodríguez Marcos Todos os dias morre algum poeta. Os antipoetas, por sua vez, morrem uma vez a cada século. Ou a cada era geológica. A razão é única: poetas sempre existiram e existirão; antipoetas só houve um, Nicanor Parra. Assim, em contraste com o restante de seus pares, o poeta chileno é apresentado pelo mais importante de seus estudiosos: o professor Niall Binns. Depois de assistir há três anos seu próprio centenário e há um ano o de sua irmã, a cantora Violeta, Nicanor Parra, que nasceu em San Fabián de Alico em 1914 morreu em sua casa de La Reina, em Santiago do Chile. Havia se mudado para esta residência pouco antes de seu aniversário, em setembro, e depois de passar os últimos anos no povoado litorâneo de Las Cruces. Ali permaneceu em abril de 2012 enquanto há 11 mil quilômetros de distância, em Alcalá de Henares, um de seus netos, Cristóbal Ugarte, recolhia em seu nome o Prêmio Cervantes. O avô, cuja idade não era mais indicada para uma viagem tra