A adolescência do romancista J. M. Coetzee em preto-e-branco
Por Jason Farago Foto: J. M. Coetzee. Uma tiekiedraai ou festa dançante, na véspera do Ano Novo. Coetzee lembra: “Eu tinha um flash acoplado na Wega, mas nunca consegui sincronizar o flash com o obturador”. Em 2014, anos depois de se mudar da África do Sul para a Austrália, o romancista J.M. Coetzee finalmente vendeu seu apartamento na Cidade do Cabo. Pouco depois, um pesquisador bisbilhotou dentro de uma caixa de papelão esquecida no apartamento vazio e, para sua surpresa, encontrou um amontoado de material inédito excepcional do taciturno ganhador do Prêmio Nobel. Mas não eram manuscritos. Eram fotografias: feixes de gravuras amareladas que mostravam “cenas de uma vida provinciana”, como no subtítulo dos três volumes de sua autobiografia, além de negativos não revelados. Aparentemente, antes de se dedicar à literatura, Coetzee foi um comprometido fotógrafo adolescente. As impressões em preto-e-branco de sua família, sua escola e vida cotidiana na fazenda de seu tio vieram à tona p