A chave estrela. A importância do trabalho no trabalho de Primo Levi
Por Demetrio Paolin A chave estrela , como muitas das outras obras de Primo Levi, alimenta um contínuo diálogo com os outros textos seus. Quando lidamos com a escrita do escritor italiano, vem à mente a imagem do formigueiro (uma definição feliz de Alberto Cavaglion), isto é, um conjunto de textos que se unem e se comunicam profundamente. Não estou, aqui, argumentando que Levi sempre escreveu o mesmo livro ou que um único livro foi escrito de formas diferentes, mas que existe na obra do autor de Turim uma tensão interna que mantem junta toda a sua bibliografia. Voltando ao romance, nesse se conta alguns episódios da vida de Libertino Faussone, um montador de gruas que, numa remota província da União Soviética, divide seus dias de folga com um químico italiano, que não é difícil de reconhecer como o próprio escritor. Falando sobre esta obra apenas como uma simples história do trabalho não dá a ideia da complexidade do texto, que na melhor tradição do escritor italian