Boletim Letras 360º #296
Aqui estamos, como de costume, com as notícias que foram apresentadas durante a semana em nossa página do Facebook. Boas leituras!
A poesia completa de Sophia de Mello Breyner Andresen ganha edição no Brasil. Mais detalhes ao longo deste Boletim. |
Segunda-feira,
05/11
>>> França: Vai a leilão
uma carta do poeta francês Charles Baudelaire escrita antes de uma das suas
tentativas de suicídio
Foi em 1845
e, como se sabe, o poeta sobreviveu. A carta foi leiloada na França por 234 mil
Euros, três vezes mais que o valor do primeiro lance. Na missiva, Baudelaire
explicava à sua amante Jeanne Duval, os motivos que o levava a por fim à vida:
"Quando a senhorita Jeanne Lemer lhe entregar esta carta, estarei morto
[...] Mato-me porque não posso mais viver, pois o cansaço ao dormir e o
cansaço ao acordar são insuportáveis para mim", escreveu o poeta antes de
apunhalar-se, mas sem grandes consequências. Tinha então 24 anos e viveu ainda
outros 22; morreu em 1876 em decorrência da sífilis. Os problemas familiares,
as críticas literárias, a falta de dinheiro e o alcoolismo haviam levado o
poeta de As flores do mal a esta situação. Junto com a carta foram
leiloadas outras peças como as cartas que recebeu de artistas como Delacroix,
Manet e Victor Hugo, além de manuscritos de Baudelaire, como a versão de um
poema que enviou ao seu editor Auguste Poulet-Malassis.
>>> Brasil: A obra
poética de Sophia de Mello Breyner numa só edição
Antecipa-se
as celebrações pelo centenário de nascimento da poeta portuguesa; chega,
pela Tinta-da-china
Brasil a aguardada antologia Obra poética pela Coleção
Grandes Escritores Portugueses. A presente edição agrupa num único tomo toda a
obra poética da autora, seguindo e atualizando os critérios de fixação de texto
adotados nas edições anteriores.
Terça-feira,
06/11
>>> Brasil: O humor
russo numa antologia
Reunindo 37
autores e 57 textos, em sua maioria inéditos no Brasil, esta Antologia do
humor russo destaca um aspecto da cultura e da literatura russas pouco
explorado entre nós: sua tendência ao irônico, ao satírico e ao paródico. Esse
não é um aspecto secundário; numa cultura literária tão marcada pela discussão
de ideias políticas e sociais, e, ao mesmo tempo, pela censura, o humor sempre
foi uma das ferramentas mais sérias à disposição desses autores que também
faziam as vezes de comentaristas sociais, de polemistas e de visionários. É
difícil encontrar um escritor russo em cuja obra não esteja presente algum
matiz do cômico. Com organização de Arlete Cavaliere, da Universidade de São
Paulo, que também assina a introdução ao volume, esta antologia traça um
percurso pelo "mundo do riso" russo, partindo dos clássicos do século
XIX, como Gógol, Dostoiévski, Tolstói e Tchekhov, concentrando-se no período
soviético e chegando até os dias de hoje, com nomes como Viktor Peliévin,
Dmitri Býkov e Liudmila Ulítskaia, entre muitos outros. São textos que abrangem
diversos gêneros de prosa, como o conto, a crônica, a anedota, a carta, trechos
de romances e de prosa memorialística e breves peças de teatro, e que dialogam
com a tradição literária russa sempre de um ponto de vista original e
inusitado.
>>> Brasil: O
antipássaro, livro que reúne poemas inéditos de Donizete Galvão
O poeta
deixou estes textos no computador quando, numa madrugada de janeiro, foi embora
da festa do afeto que era a vida ao seu redor. Um livro forte, repleto de
sutilezas, que dá uma maturidade incrível a várias tensões (de) que sua poesia
(se) alimentava desde o início. A edição é da martelo casa editorial,
organizada por Paulo Ferraz e Tarso de Melo, com posfácio de Antonio Carlos
Secchin e ilustrações de Hallina Beltrão.
Quarta-feira,
07/11
>>> Brasil: O fascismo
eterno, de Umberto Eco
Publicado
pela primeira vez em 1997, como parte do livro Cinco escritos morais, O
fascismo eterno chega aos leitores em nova edição no momento de ascensão
mundial do flerte com o fascismo. Segundo Umberto Eco, entre as possíveis
características do Ur-Fascismo, o "fascismo eterno" do título, estão o medo do
diferente, a oposição à análise crítica, o machismo, a repressão e o controle
da sexualidade, a exaltação de um "líder", um constante estado de ameaça, entre
outros. O fascismo, denuncia o autor, longe de ser apenas um momento histórico
vivo na Itália, na Europa (e no Brasil) do século XX, é uma ameaça constante da
nossa sociedade. A tradução de Eliana Aguiar sai pela ela Editora Record.
Quinta-feira,
08/11
>>> Brasil: Estudo sobre
a obra de José Saramago ganha edição no Brasil
José
Saramago entre a história e a ficção: uma saga de portugueses, de Teresa
Cristina Cerdeira da Silva, tem por base urna tese de doutoramento orientada
pela professora Cleonice Berardinelli e apresentada em 1987 na Faculdade de
Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trata-se de uma muito
estimulante investigação centrada na análise de três romances de José Saramago
(Levantado do chão, Memorial do convento e O ano
da Morte de Ricardo Reis), que reflete sobre o modo como essas ficções se
interligam com a realidade histórica. Editado em Portugal e há muito fora de
catálogo, o livro é apresentado pela primeira vez no Brasil pela Editora
Moinhos e abre a coleção Estudos Saramaguianos, sob coordenação de Pedro
Fernandes de Oliveira Neto.
Sexta-feira,
09/11
>>> Brasil: Divulgado o
homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2019
É o escritor
e jornalista Euclides da Cunha. Com curadoria da editora Fernanda Diamant, o
evento ocorre de 10 a 14 de julho. Euclides ganhou projeção por seu famoso
livro Os sertões (1902), no qual adentra o Brasil e constata que "não é o
bárbaro que nos ameaça, mas a civilização que nos apavora".
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