Boletim Letras 360º #287


Estas são as notícias copiadas esta semana em nossa página no Facebook. E não deixamos de lembrar os leitores que acompanham o blog que, na segunda-feira, 10 de setembro de 2018, realizaremos o segundo sorteio de um exemplar de O dom da amizade, de Colin Duriez. Publicado pela HarperCollins Brasil, o livro conta a relação de amizade entre dois gênios da literatura de fantasia, J. R. R. Tolkien e C. S. Lewis. Como será o sorteio e como participar da promoção? Fácil! Visita nossa página no Facebook (o link está na primeira linha desta nota).

Revisitar a obra, o pensamento e a biografia de José Saramago no ano de duas décadas do Prêmio Nobel ao escritor português, o único em língua portuguesa até o presente.


Segunda-feira, 03/09

>>> Itália: A série baseada na tetralogia napolitana de Elena Ferrante tem estreia mundial no Festival de Veneza

Em 2016 noticiamos por aqui que um seriado a partir dos quatro romances que sagrou a escritora italiana estava a ser filmado para a HBO. O tempo passou e a obra que já vendeu mais de trinta milhões de exemplares ao redor do mundo está pronta para a TV. Os dois primeiros capítulos foram exibidos no domingo, 2 set. '18, no Festival de Veneza. A primeira temporada é composta por oito inserções e estará disponível aos assinantes em novembro. A ideia nasceu de Lorenzo Mieli, quem também produziu para o mesmo canal o seriado The young pope, série de Paolo Sorrentino sobre um papa e iconoclasta. A tarefa de dirigir a série foi dada a Saverio Costanzo, cineasta romano conhecido por levar ao cinema outro Best-seller, A solidão dos números primos, em 2010. A própria Elena Ferrante, ainda sem renunciar ao anonimato, acompanhou o processo de adaptação e figura como roteirista do projeto; todo acompanhamento dela tem sido através de e-mail. Na primeira parte, o seriado parte de A amiga genial, o livro de abertura da tetralogia que segue a vida de Lenu e Lila; este é o primeiro trailer.

>>> Brasil: Peça de Mikhail Bulgákov ganha edição no Brasil

Do autor de O mestre e Margarida,a Editora Carambaia lançará Os dias dos Turbin. A estreia da peça foi no Teatro de Arte de Moscou em 5 de outubro de 1926 e dirigida por Konstantin Stanislávski; sabe-se que a obra causou comoção na cidade. A adaptação feita por Bulgakóv de seu romance, Guarda branca, reviu acontecimentos recentes da guerra civil russa e mobilizou a população que compareceu em peso ao teatro. O próprio Stálin teria assistido ao espetáculo diversas vezes, sabia suas falas de cor e ofereceu ao autor emprego de diretor assistente na trupe de Stanislávski, garantindo a subsistência de Bulgakóv e da própria companhia durante os duros anos do stalinismo.

Terça-feira, 04/09

>>> França: Revelados manuscritos inéditos de César Vallejo

O responsável pela boa notícia é o estudioso da obra do poeta Enrique Ballón Aguirre, professor na Universidade do Arizona. Os manuscritos foram publicados na revista digital Texto!, mantida pelo Instituto Ferdinand Saussure de Paris. São mais de seis centenas de páginas disponíveis online. O estudioso cumpre, assim, com a vontade da viúva do peruano, Georgette Philippart de Vallejo, que insistiu na possibilidade de difundir a obra de seu companheiro. Ballón Aguirre conheceu Georgette em julho de 1972 quando lhe pediu permissão para publicar um conto e um poema de Vallejo. A partir daí, iniciou-se uma longa troca de interesses entre os dois. Os manuscritos originais foram entregues a ele em outubro de 1978 – são peças de teatro e folhas soltas de livros como "Poemas en prosa", "Poemas humanos" e "España, aparta de mí este cáliz". Foram trinta anos de trabalho entre a permissão e publicação do material. O PDF pode ser baixado aqui.

>>> Brasil: A Editora SESI-SP reedita Sangue no olho, de de Lina Meruane

Já não haveria recomendações impossíveis. Que eu parasse de fumar, primeiro, e segundo que não prendesse a respiração, que não tossisse, que de jeito nenhum levantasse pacotes, caixas, malas. Que jamais me inclinasse nem me jogasse na água de cabeça. Proibidos os arroubos carnais, porque até mesmo num beijo apaixonado as veias podiam se romper. Eram frágeis essas veias que tinham brotado da retina e se esticado e se enroscado na espessura do vítreo. Era preciso observar o crescimento dessa trepadeira de capilares e vasos, vigiar dia a dia sua expansão milimétrica. Isso era tudo o que podia ser feito: espreitar o movimento sinuoso dessa trama venosa que avançava para o centro do meu olho. Isso é tudo e é bastante, sentenciava o oftalmologista, isso, é isso, repetia, desviando suas pupilas para meu histórico clínico, que se transformara num calhamaço, num manuscrito de mil páginas embutidas numa pasta grossa. A tradução a é de Josely Vianna Baptista.

>>> Brasil: Aqui está o livro de Abbas Kiarostami que sai pela Editora Âyiné

Uma poética das pequenas coisas que encanta com a transparência de suas imagens: a brancura do amanhecer, uma paisagem nevada, os viajantes, um barco sem vela. As composições poéticas de um dos mestres do cinema mundial, confirmam o seu extraordinário talento para fixar momentos de sugestão. "A poesia de Kiarostami é a continuação natural e evoluída do seu cinema. A essência de sua poesia é a mesma simplicidade, sinceridade e precisão. Nesse sentido, chega a níveis que não necessariamente poderia chegar no cinema", diz Mortezá Kaji. A tradução do persa é de Pedro Fonseca.

Quarta-feira, 05/09

>>> Brasil: Que tempos são estes, breve antologia que apresenta pela primeira vez no Brasil a poesia de Adrienne Rich

O que faz um poema ser politicamente relevante? A pergunta é difícil de ser respondida. Ainda assim, é essa a pergunta que parece nortear a poesia de Adrienne Rich (1929-2012), tanto temática como formalmente, e que pauta a seleção dos poemas aqui compilados. Versando sobre temas tão distintos como amor, sexualidade, racismo e guerra, Rich cria uma poesia que sobrevive ao seu tempo e chama o leitor para repensar tanto seu presente como seu passado, questionando o próprio lugar de fala. Os poemas de que tempos são estes são a porta de entrada para uma das poetas norte-americanas mais importantes do século XX, cuja obra continua viva e pulsante no século XXI. A tradução de Marcelo Lotufo sai pelo selo Edições Jabuticaba.

>>> Brasil: Nova edição de As confissões de Jean-Jacques Rousseau

Livro autobiográfico publicado após a morte do autor que pode ser lido como um autêntico romance, resumindo a riqueza de uma personalidade que buscou compreender a vida pelo exercício da escrita, da filosofia e da educação. Na narrativa de sua trajetória, Rousseau considera tanto a perspectiva do homem quanto a do pensador, revelando o contexto em que surgiram diversas de suas teorias — o que acabou por tornar esta obra, dentre toda a sua produção, aquela que permanece mais viva através dos tempos. A presente edição tem tradução e prefácio do poeta e crítico literário Wilson Lousada e sai pela coleção Biblioteca Áurea da Editora Nova Fronteira.

Quinta-feira, 06/09

>>> Brasil: Novo livro de um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea

Bagageiro, no Recife, é onde se leva todo tipo de coisa em cima da bicicleta: mercadoria, botijão de gás, criança etc. Neste Bagageiro, encontramos uma coletânea de pequenas histórias, entremeadas por comentários – por vezes mordazes – sobre a escrita, o país, o mundo, a vida literária e não literária. Classificados pelo autor como "ensaios de ficção", os textos reunidos nesta obra fazem parte de um gênero atípico, misturando críticas à realidade, toques de humor sagaz e prosa poética, tudo isso com o estilo único e brilhante de Marcelino Freire. A edição é da José Olympio Editora. 

>>> Brasil: Reedição de Nenhum olhar, de José Luís Peixoto

O cotidiano de uma vila rural do Alentejo é matéria para o aguçado olhar de José Luís Peixoto sobre o sofrimento humano. Os amores, as traições, a violência, as mortes e o luto atravessam o dia a dia dos personagens, que ganham voz nos múltiplos narradores, aproximando o leitor de sentimentos muito vivos. A cozinheira, o serralheiro, o pastor: eis a história de duas gerações, no livro vencedor do Prêmio José Saramago, que colocou Peixoto entre os mais importantes escritores contemporâneos. No espaço de um ano, entre 2000 e 2001, o autor lançou Morreste-me, este Nenhum olhar e A criança em ruínas. Entre poesia, memória, narração e ficção, em diferentes doses em cada volume, esse trio parece anunciar temas, olhares, formas de expressão e espaços que, com mais ou menos evidência, viriam a surgir na sua obra. Essa espécie de trilogia na obra de José Luís Peixoto atravessa gêneros e funda não só uma literatura, mas um universo. Agora, com esta reedição de Nenhum olhar, as três estreias do autor estão finalmente reunidas no Brasil.

Sexta-feira, 07/09

>>> Brasil: Um clássico, duas versões

É véspera de Natal. Marie se encanta, dentre todos os presentes, por um quebra-nozes em formato de boneco. Ela acomoda o novo amigo no armário de brinquedos – mas, à meia-noite, ouve estranhos ruídos. Aterrorizada, vê seu padrinho, o inventor Drosselmeier, sinistramente acocorado sobre o relógio de parede, e um exército de camundongos invadindo a sala, comandado por um rei de sete cabeças! Contra eles, os brinquedos saem do armário e põem-se em formação. Têm uma grande batalha pela frente, sob as ordens do Quebra-Nozes... Entre o sonho e a realidade, Marie viverá histórias maravilhosas e estranhas, de reinos, feitiços e delícias. Histórias em que o inusitado padrinho tem um papel especial, e nas quais só pode embarcar quem tem os olhos e o coração preparados. Você tem? A Zahar edita em edição de luxo as duas variantes da história: a versão original de E.T.A. Hoffmann e a clássica de Alexandre Dumas – que popularizou a história e inspirou o famoso balé de Tchaikovsky –, com tradução de André Telles (do francês) e Luís S. Krausz (do alemão). Traz ainda apresentação da pesquisadora e especialista em contos de fadas Priscila Mana Vaz e mais de 200 ilustrações de época. A versão impressa apresenta capa dura e o acabamento de luxo característico da coleção Clássicos Zahar.

>>> Brasil: A prosa de Zbigniew Herbert no Brasil

Além de poeta, Zbigniew Herbert era um ensaísta incomparável. A solidez e clareza de sua prosa são um verdadeiro prodígio. Um bárbaro no jardim nos faz viajar pelas terras da Europa e sua história: desde a arte e a cultura que começam das pinturas rupestres de Lascaux até os dias hoje. Visita a França e também a Itália: as contribuições de Magna Grécia que Herbert descobre nas ruínas clássicas de Paestum, a maravilha das antigas fortalezas e as catedrais góticas e românicas, os jardins à anglaise da França ilustrada, o trágico destino dos albigenses, a exuberância do Renascimento italiano –Duccio, Sassetta, Piero della Francesca, Fra Angelico –, tecem um quadro feito de esclarecedoras e sutis iluminações. A tradução é de Henryk Siewierski e a edição da Editora Âyiné.

>>> Portugal: Livro recorda bastidores do Prêmio Nobel a José Saramago e outras novidades literárias em torno de uma efeméride

No dia 8 de outubro de 2018 passam-se duas décadas do anúncio do galardão ao escritor português. Foi o primeiro nas literaturas de língua portuguesa a receber o mais importante prêmio literário. Já se sabe que em Portugal a Porto Editora apresenta em setembro, por ocasião do Festival Literário de Óbidos o Último caderno de Lanzarote, o diário do escritor do ano da entrega do Prêmio Nobel que só recentemente foi descoberto, conforme noticiamos por aqui há alguns meses. A mesma casa editorial lança em outubro Um país levantado em alegria, do jornalista Ricardo Viel. É um livro sobre os bastidores da atribuição do prêmio a Saramago e a recepção da notícia em Portugal e em Espanha. Uma parte do livro, p. ex., incluirá as mensagens de apoio que José Saramago recebidas de personalidades públicas e leitores anônimos do mundo inteiro. Recentemente, dos bastidores do livro para o projeto do Instituto Moreira Salles que apresenta troca de correspondências entre importantes figuras da cultura, Viel escreveu sobre o fax enviado a Saramago pelo amigo uruguaio Eduardo Galeano tão logo este soube a notícia do Nobel para o português. A jornalista Ana Mota Ribeiro também publica Por Saramago. Sai pela Tema e Debates e reúne entrevistas ao escritor e reportagens sobre temas e sua obra.

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