Boletim Letras 360º #285
Estas foram as notícias que selecionamos e publicamos durante esta semana em nossa página no Facebook. Além de lembrar a leitora e o leitor do Letras sobre o papel desta publicação, queremos dizer que, muito em breve, realizaremos uma nova promoção. Então, fique atenta/o às nossas redes sociais. Boas leituras!
Em 2019 deve ser publicada no Brasil a antologia mais completa com a poesia de Bertolt Brecht. Mais detalhes ao longo deste Boletim. |
Segunda-feira,
20/08
>>> Brasil: Uma caixa
reúne cem novelas do Decamerão
Giovanni
Boccaccio é considerado uma das grandes vozes do Renascimento italiano – ao
lado de Dante e Petrarca – e, com O Decamerão, que inaugurou a
prosa de ficção ocidental, foi capaz como poucos de canalizar um manancial de
narrativas em uma estrutura complexa, mas ao mesmo tempo acessível e atrativa.
As cem histórias desta obra monumental versam sobre os mais variados traços da
vida humana, com suas riquezas e contradições, suas paixões e armadilhas. A
obra-prima de Boccaccio, ao se desprender da moral medieval e abrir caminho
rumo ao realismo, tornou-se um marco singular na literatura e uma fonte de
influência para luminares como Shakespeare e Cervantes, além de muitos modernos
que vieram posteriormente. A edição é da Editora
Nova Fronteira.
>>> Brasil: O último
livro de Elvira Vigna
Em postagem
anterior, comentamos que a escritora havia deixado um inédito e que este sairia
pela Editora Todavia; chama-se Kafkianas é descrito como um
conjunto de narrativas com voz direta, cômica e cortante. Vigna passeia por
vinte contos de Franz Kafka, que, recontados pela autora, ganham uma dicção
nova, uma agilidade e uma graça que servem de ponte improvável entre a
República Tcheca e o Brasil.
>>> Brasil: Nova
tradução de O corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo
Esse drama
medieval conta a história da bela Esmeralda, uma cigana adorada por três
homens: o arcebispo Frollo, o corcunda Quasimodo e o capitão Phoebus.
Falsamente acusada de tentar matar Phoebus, que quase a violentou, Esmeralda é
sentenciada à morte e salva da forca por Quasimodo, que a defende até o fim. A
obra é uma épico sobre a vida de um povo e conta com um elenco de personagens
que vão do rei da França aos mendigos nos esgotos de Paris. E, no centro
da trama, quase um personagem em si, está a grande catedral de Notre Dame. O
deformado Quasimodo, o atormentado arcebispo Frollo e a bela condenada cigana
Esmeralda são capturados em uma série de tragédias que falam claramente sobre
revolução e luta social, sobre destino e livre arbítrio, sobre amor e perda.
Adaptado inúmeras vezes para o cinema e o teatro, O corcunda de Notre
Dame continua sendo uma das histórias mais românticas e envolventes. A edição
agora publicada pela Penguin / Companhia chega às livrarias em outubro. A
tradução é de Eduardo Brandão e o livro traz uma rica introdução escrita por
John Sturrock que discute como o livro como uma história de ideias apaixonadas,
escrita em defesa da arquitetura gótica e democracia florescente, e
demonstrando que um exterior repulsivo pode esconder uma grande beleza moral.
Terça-feira,
21/08
>>> Brasil: Nova edição
de As Surpreendentes Aventuras do Barão de Munchausen
Nunca houve
aventuras como as do Barão de Munchausen. São também as mais incríveis
narrativas de viagem de que se tem notícia. Munchausen nasceu em 1720, foi
tenente, capitão de cavalaria, serviu num regimento russo e lutou em duas
guerras turcas – além de ter carregado sua imaginação por Cairo, Londres,
Gibraltar, pelo Ceilão, África, e uma infinidade de lugares, incluindo a Lua e
o centro da Terra. Depois de doze anos de serviço militar, aposentou-se. Nas
recepções em sua casa em Hanover, na Baixa Saxônia alemã, gostava de entreter
os amigos com suas histórias. Entre os ouvintes, estava o bibliotecário Rudolf
Erich Raspe (1736 - 94), a quem se atribui a autoria de parte dos relatos do
Barão. Mas Munchausen, o personagem, se tornou maior. Esta edição traz as
histórias escritas por Raspe (parte delas saíram pela primeira vez numa revista
chamada Manual para pessoas divertidas) e, inéditas no Brasil,
outras dezessete, que foram sendo publicadas ao longo dos anos. Com ilustrações
de Rafael Coutinho, que dão à jornada contornos ainda mais fantásticos e
delirantes, este livro é uma espécie de jogo de tabuleiro ou videogame, a cada
capítulo uma nova fase, com seus desafios, ironias, palácios voadores e, do
fundo do mar, um navio içado com a ajuda de um balão. A nova edição sai pela
SESI-SP inclusive com o mesmo projeto gráfico apresentado pela extinta Cosac
Naify.
>>> Brasil: Nova
tradução de uma das tragédias mais conhecidas do teatro grego
Esta é uma
nova e criativa tradução da tragédia clássica de Sófocles. Uma das mais perduráveis
histórias do Ocidente. Destino, família, escolhas, mistério, política e outros
temas fundamentais são desfiados neste que é um dos enredos centrais da espécie
humana. A tradução de Leonardo Antunes, diretamente do grego, recupera a força
do grande dramaturgo grego para o século XXI. A edição de Édipo tirano é da Todavia Livros.
Quarta-feira,
22/08
>>> Brasil: Projeto
disponibiliza novas traduções de clássicos online e gratuitamente
E não só
isso: oferece edições de primeira classe a leitores que também preferem os
impressos a contribuir com o projeto. Chama-se Domínio ao público e
o sítio já está online. Criado pelo Instituto Mojo de Comunicação Intelectual,
a plataforma traz novas traduções feitas por nomes como Delfin, Gabriel Naldi,
Ricardo Giassetti e Andre Roschel e disponibiliza as edições digitais que
podem ser baixadas gratuitamente. O primeiro título que já está disponível é O livro da selva, de Rudyard Kipling, que apresenta as primeiras
histórias de Mowgli, o menino-lobo, e outras fábulas que fizeram desta obra uma
das mais importantes do Século XX. Em seguida, estão Peter Pan & Wendy,
de J. M. Barrie; O mágico de Oz e A maravilhosa Terra de
Oz, de L. Frank Baum (o primeiro e o segundo livro da série); e As
aventuras de Alice no País das Maravilhas e Alice através do
espelho, de Lewis Carroll (também composta de dois livros). Os livros
impressos são ilustrados por André Ducci. Os organizadores assumem que a
curadoria privilegiou, nesse primeiro momento, obras com viés infantojuvenil,
mas que, ao longo dos meses seguintes, contando com a adesão de associados ao
clube de assinaturas, as obras passarão a se diversificar gradativamente, tendo
como objetivo final a criação de um acervo com grandes obras da humanidade, que
abrange desde os clássicos gregos até os modernistas do Século XX. As edições
digitais – todas bilíngues (língua original e português) – estão acessíveis em
praticamente todos os smartphones, tablets, e-readers e computadores, em
formato ePub, Html e Adobe PDF. Ah, o endereço para acesso é
>>> Brasil: Uma
revista-anuário um anuário-revista
Numa
postagem anterior em que comentamos sobre a aparição de algumas revistas
literárias no Brasil, falamos que a Editora Todavia encabeçava uma dessas novas
ideias. Aí está: este é o primeiro Anuário Todavia. O tema
"Apocalipse?" reúne reportagens, ficções e ensaios que dialogam com
questões incontornáveis dos nossos dias. Organizado pelo escritor Michel Laub,
reúne extensa lista de escritores como Adriana Lisboa, Bernardo Carvalho,
Elvira Vigna, Joca Reiners Terron, Lourenço Mutarelli e Zadie Smith.
Quinta-feira,
23/08
>>> Segundo
volume da Coleção Gráfica Particular (Lote 42 / Casa Rex) destrincha a marcante
adaptação gráfica do designer francês Robert Massin da peça de teatro A
Cantora Careca por Gustavo Piqueira
Em 1964, o
artista gráfico francês Robert Massin publicou sua radical versão de La
Cantatrice Chauve, célebre peça do dramaturgo romeno Eugène Ionesco (1909
— 1994). Massin fez um amálgama de senso histórico com cultura popular,
limitações técnicas com inventividade e, principalmente, imagem com texto:
na obra, cada personagem tem o rosto do ator que o interpreta e sua própria voz
— o desenho da fonte tipográfica com as falas. Vertida para o inglês em edições
estadunidense (The Bald Soprano, Grove Press, 1965) e britânica (The Bald Prima
Donna, Calder and Boyars, 1966), A Cantora Careca de Massin traz pela primeira
vez algumas de suas páginas traduzidas ao português.
>>> Brasil: O novo livro
do poeta Ronald Augusto, Entre uma praia e outra
Ronald
Augusto nasceu em Rio Grande (RS), 1961. É poeta, músico e ensaísta. As
principais temáticas presentes em seu repertório intelectual referem-se à
poesia contemporânea e à vertente negra na literatura brasileira. É uma das
maiores vozes da poesia negra brasileira, sendo um destaque absoluto no Rio
Grande do Sul. Publicou os livros Homem ao Rubro (1983); Negro 3 x Negro (com Paulo Ricardo de Moraes e Jaime da Silva), no
mesmo ano; Disco (com I. Hingo) (1986); Kânhamo (1987);
Puya (1987); Vá de Valha (1992); Confissões aplicadas (2004); No assoalho duro (2007); Cair de costas (2012), entre outros. O novo livro sai pela editora Artes & Ecos com
prefácio de Guto Leite e posfácio de Erre Amaral.
>>> Brasil: Livro da
jovem judia holandesa Etty Hillesum ganha tradução e edição no Brasil
Os diários e
cartas de Hillesum descrevem a vida em Amsterdã durante a ocupação nazista. A
escritora foi uma das vítimas do holocausto - morreu em novembro de 1943 em
Auschwitz, antes de completar 30 anos. Seu diário, cheio de significados,
revelam situações dramáticas de uma das páginas mais vergonhosas da história da
humanidade. A obra sairá pela Editora Âyiné.
Sexta-feira,
24/08
>>> Brasil: Um retorno à
poesia de Bertolt Brecht
Em 2019, a
editora Perspectiva amplia a coleção Signos, dirigida pelo poeta Augusto de
Campos com a publicação de uma antologia organizada por André Vallias com
poemas de Bertolt Brecht. Segundo a editora esta será a primeira grande
antologia no Brasil do escritor alemão.
>>> Brasil: A coleção
Clássicos Ateliê oferece ao leitor a edição de A nebulosa, poema narrativo
de Joaquim Manuel de Macedo, após quase 150 anos fora de circulação
Grande
sucesso editorial nas duas edições lançadas em vida do autor, no século XIX,
A nebulosa narra a trágica história de um amor impossível,
configurada no âmbito da corrente da poesia romântica noturna e melancólica a
que Álvares de Azevedo também se dedicou. Para Antonio Candido, este livro vem
a ser "talvez o melhor poema-romance do romantismo [brasileiro]". O
texto desta edição, estabelecido rigorosamente com base no da segunda (1878?),
em cotejo com o da primeira (1857), é introduzido por um precioso estudo
crítico de Ângela Maria Gonçalves da Costa, doutora em Teoria e História
Literária pela Unicamp, que dá minuciosa notícia da recepção crítica do poema e
analisa seus principais aspectos de forma e conteúdo, no contexto da poética
cultural do ultrarromantismo, em que se insere A nebulosa. O volume conta com
ilustrações do artista plástico Kaio Romero.
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