Boletim Letras 360º #281
Gostaríamos de aproveitar a ocasião deste Boletim para lembrar algo que sempre dizemos em nossa conta no Twitter @Letrasinverso: este blog recebe textos com possibilidade de publicação. Nas guias Contato e Expediente (ou diretamente aqui) o leitor encontra informações sobre como enviar seus trabalhos e quais nossas linhas editoriais. Aviso dado, vamos às notícias que foram divulgadas esta semana em nossa página no Facebook.
A descoberta de um recibo que esclarece qual o primeiro comprador de um livro de Jane Austen. Mais detalhes ao longo deste Boletim. |
Segunda-feira,
23/07
>>> Brasil: Primeira
biografia do escritor Wander Pirolli
De janeiro a
outubro de 2017, o biógrafo Fabrício Marques investigou a história de
vivacidade do autor belo-horizontino. O resultado está no livro Wander
Piroli: uma manada de búfalos dentro do peito que sai pela Conceito
Editorial. A biografia explora a destaca a importância do escritor para a
literatura e o jornalismo brasileiro. Piroli nasceu em 1931, em Belo Horizonte,
cenário principal de tudo o que produziu em crônicas, reportagens, contos,
poesia e romance ao longo da vida. Costumava dizer que o bairro operário em que
cresceu até os 27 anos, Lagoinha, vizinho indesejado do centro rico da capital
mineira, estava em tudo.
>>> Brasil: Eu sou
a monstra, de Hilda Hilst
Este é o
título de um poema que a poeta escreveu para o amigo Daniel Fuentes e que serviu de ponto de partida para uma nova
edição, com tiragem limitada a 500 exemplares, artesanal que sai pela editora Quelônio; é o primeiro título infantil editado pela casa. O livro tem
desenhos da autora impressos em tipografia.
Terça-feira,
24/07
>>> Brasil: Os contos da
escritora chinesa Jenny Zhang que constroem um retrato franco e subversivo da
experiência de imigrantes asiáticas nos Estados Unidos
Eleito um
dos melhores livros de 2017 por The New Yorker e The
Guardian. Centradas em uma comunidade de imigrantes que trocaram a vida
ameaçada na China e em Taiwan pelos percalços da Nova York dos anos 1990, as
histórias que compõem Coração azedo examinam questões de família,
sexualidade, identidade e gênero a partir do ponto de vista de narradoras
marcadas por seu passado, que lutam para se definir e descobrir quem são. Seja
a jovem tentando entender o papel de sua avó na Revolução Cultural, a filha
lutando para estabelecer o limite entre ela e sua família, ou a garota que se
dá conta do poder de seu corpo, Jenny Zhang constrói um retrato cru e poderoso
de uma realidade brutal, onde ser imigrante — e mulher — tem um custo alto a
ser pago. Selecionado por Lena Dunham como o primeiro livro de sua coleção
editorial, Coração azedo é uma expressão sombria, crua e íntima
sobre o que significa pertencer a uma família, encontrar sua casa, deixá-la,
rejeitá-la e enfim retornar a ela. A tradução de Ana Guadalupe sai pela Companhia das
Letras.
>>> Hilda
Hilst pede contato, o resultado do extenso trabalho de pesquisa de
Gabriela Greeb
O livro, que
sai concomitantemente ao filme de mesmo nome da diretora, traz o
storyboard (esboço ilustrado) e a partitura do filme, narra parte do processo
de criação de Gabriela e tem como destaque trazer a tona, pela primeira vez, a
transcrição de trechos selecionados das fitas que contêm as tentativas de Hilda
de se comunicar com os mortos, seus pedidos de contato, como ela própria
diz nas fitas,experiência que fez durante 6 anos, na busca de respostas sobre a
vida, a morte e a literatura. Um mergulho profundo, inédito e imperdível no
universo da poeta, cronista, dramaturga e ficcionista brasileira. O livro Hilda Hilst pede contato é um convite ao contato sensorial não
apenas como metáfora. Por meio de um leitor de código QR é possível "ouvir o
livro": o filme, sua trilha, as entrevistas e uma seleção de solilóquios de
Hilda Hilst.
>>> Brasil: Tarsila
do Amaral, a modernista
Nesta
biografia, a professora e ensaísta Nádia Batella Gotlib recria a trajetória
libertária de Tarsila do Amaral, debruçando-se sobre sua vida privada, sua
formação artística, o circuito modernista, o movimento Pau-brasil e a
Antropofagia, detalhando o empenho e a resistência da pintora em prol de sua
diversidade tanto artística quanto afetiva-pessoal. Modelo de ruptura nas artes
visuais e na literatura, Tarsila do Amaral influenciou a produção artística
brasileira e teve um papel de vanguarda na ascensão social feminina. Este livro
oferece ao leitor a possibilidade de conhecer toda a intensidade de sua vida e
também de sua obra, decifrando-as em sua complexidade, originalidade e visão de
mundo. A nova edição da obra sai pela SESC-SP Edições.
Quarta-feira,
25/07
>>> Inglaterra: Descobre-se
que Jorge IV foi o primeiro comprador do primeiro livro vendido por Jane Austen
A escritora
britânica, autora de grandes obras como Orgulho e preconceito e Emma, começou sua carreira com o pseudônimo "By a Lady"
(Por uma Mulher). Apesar do cuidado que mantinha para permanecer no anonimato,
sua autoria era uma segredo pró-forma entre os membros da aristocracia do século
XIX. Razão e sensibilidade, seu primeiro romance, foi publicado em
1811. No mesmo ano, em 23 de outubro, Jorge IV da Inglaterra, que era então
príncipe regente, adquiriu a primeira cópia do livro, segundo se sabe agora com
a descoberta de documentos encontrados no Arquivo Real — cf. revela o jornal Daily Mail. O recibo escrito com letras de cobre sobre um papel
amarelo é o comprovante da aquisição de uma edição de três volumes de Razão e sensibilidade por um total de 15 Xelins, o que hoje em dia
equivaleriam a 75 Libras. Segundo a data de aquisição, Jorge IV comprovou o
livro dois antes do primeiro anúncio público da sua apresentação. O recibo foi
encontrado por um estudante de 29 anos, Nick Foretek, aluno do doutorado em
História na Universidade da Pensilvânia. A cópia adquirida por Jorge IV foi
enviada pela livraria Becket & Porter, em Pall Mall.
>>> Brasil: A nova
tradução de Humilhados e ofendidos, de Fiódor Dostoiévski
Publicado em
1861, após dez anos de exílio na Sibéria, Humilhados e ofendidos ocupa uma posição-chave na produção de Fiódor Dostoiévski. Por um lado, é sua
obra mais ambiciosa até o momento, na qual revisita e leva ao limite as suas
concepções de literatura e sua visão dos males da sociedade. Por outro, suas
páginas abrem o caminho para uma forma de romance que vai ganhar corpo nos
grandes livros de sua maturidade, e não por acaso o leitor encontra nesta obra
conflitos e personagens que parecem prefigurar suas criações posteriores. Para
compor a trama de Humilhados e ofendidos, romance no qual deposita
enormes esperanças, Dostoiévski coloca no centro da ação a figura do escritor
Ivan Petróvitch, que é também o narrador do livro, e cuja vida guarda tantas
semelhanças com a sua que não é equivocado ler certas passagens como um ensaio
de autoficção avant la lettre — gesto arriscado, que não foi
plenamente compreendido pela crítica da época. Os leitores, porém, não tiveram
dúvidas. Desde sua primeira aparição como folhetim no número inicial da revista O Tempo, o romance fascinou o público, que reconheceu ali um modo
inédito de narrar, capaz de trazer à luz os sentimentos mais obscuros com uma
intensidade nunca vista — intensidade que encontrou sua equivalência precisa na
tradução de Fátima Bianchi e nas gravuras de Oswaldo Goeldi. A edição é
da Editora 34.
>>> Brasil: Reedição das traduções de Trajano Vieira para poemas de Konstantinos
Kaváfis
Kaváfis é
sempre provocativo, porque fala do que permaneceu marginal à história. O poeta
grego produz tipos excêntricos — às vezes fantasmagóricos, às vezes cínicos —,
e a ironia nasce justamente da consciência que eles têm do não lugar que
ocupam. É no comportamento incomum dessas figuras, em cenários multiculturais,
que o leitor fixará sua atenção. Isso graças à tradução de Trajano Vieira, que
preserva o estilo alexandrino do original e a requintada caracterização dos
personagens. Konstantinos Kaváfis — 60 Poemas é uma antologia
publicada pela Ateliê Editorial que agora volta às livrarias.
Quinta-feira,
26/07
>>> Brasil: Um novo
livro de Lucia Berlin chegará as livrarias brasileiras
Manual
da faxineira, uma antologia de contos publicada em 2017 pela Companhia das
Letras, deu a conhecer a escritora estadunidense do país e foi o livro do
gênero mais vendido naquele ano. Embarcada nesse sucesso, a casa editorial
comprou os direitos do segundo livro de Lucia Berlin. A nova antologia é Noite de verão e está prevista para o 2019. Berlin publicou seis
livros de contos entre a década de 1970 e o final dos anos 1990 e com isso
conseguiu chamar a atenção de nomes como Lydia Davis e de Saul Bellow. Mas, só
em 2015, onze anos passados da da sua morte, ela conquistou a crítica depois da
editora Farrar, Strauss and Giroux reunir os seus contos no volume A
Manual For Cleaning Women, considerado um dos livros do ano por jornais
de referência nos EUA e em Inglaterra.
>>> Brasil: As sereias de Titã, de Kurt Vonnegut
Quando Malachi Constant, um irreparável milionário fanfarrão, recebe a profecia de que viajará pelo espaço e terá um filho com uma parceira inusitada, sua reação se divide entre o encanto e a incredulidade. Nem mesmo esse aviso poderia prepará-lo para o seu destino, que envolve lavagem cerebral, um exército marciano, uma amizade com fim trágico e estranhas criaturas de Mercúrio. As Sereias de Titã é uma divertida e ultrajante história sobre livre arbítrio e moralidade. Com seu humor sarcástico e agridoce, a força narrativa inconfundível de Vonnegut guia o leitor pelas bizarras desventuras de um homem pelo espaço, ao mesmo tempo em que fala sobre militarismo, religião e o propósito da vida humana. A tradução de Livia Koeppl sai pela Editora Aleph.
Sexta-feira, 27/07
>>> Brasil: Livro compila ensaio fotográfico de Hilda Hilst
Era 1959, quando o poeta e fotógrafo Fernando Lemos conheceu Hilda Hilst. A brasileira tinha apenas 29 anos e o enovelamento dos dois foi o suficiente para vinda do português a este lado do Atlântico e convencê-la a uma sessão de fotos, o primeiro ensaio de Lemos no Brasil. Agora, essas fotografias que integram parte de uma exposição na Festa Literária Internacional de Paraty (evento que em 2018 é dedicado a Hilda), são reunidas no livro "Fernando Lemos Hilda Hilst". A edição reúne também um ensaio de Augusto Massi, que comenta esse encontro e explora a trajetória de Fernando como poeta e fotógrafo, a produção de Hilda como jovem poeta e o encontro entre os dois. A obra publicada pela SESC-SP traz ainda colagens feitas por Fernando sobre as fotos originais. No Tumblr do Letras algumas das fotografias.
>>> Brasil: As sereias de Titã, de Kurt Vonnegut
Quando Malachi Constant, um irreparável milionário fanfarrão, recebe a profecia de que viajará pelo espaço e terá um filho com uma parceira inusitada, sua reação se divide entre o encanto e a incredulidade. Nem mesmo esse aviso poderia prepará-lo para o seu destino, que envolve lavagem cerebral, um exército marciano, uma amizade com fim trágico e estranhas criaturas de Mercúrio. As Sereias de Titã é uma divertida e ultrajante história sobre livre arbítrio e moralidade. Com seu humor sarcástico e agridoce, a força narrativa inconfundível de Vonnegut guia o leitor pelas bizarras desventuras de um homem pelo espaço, ao mesmo tempo em que fala sobre militarismo, religião e o propósito da vida humana. A tradução de Livia Koeppl sai pela Editora Aleph.
Sexta-feira, 27/07
>>> Brasil: Livro compila ensaio fotográfico de Hilda Hilst
Era 1959, quando o poeta e fotógrafo Fernando Lemos conheceu Hilda Hilst. A brasileira tinha apenas 29 anos e o enovelamento dos dois foi o suficiente para vinda do português a este lado do Atlântico e convencê-la a uma sessão de fotos, o primeiro ensaio de Lemos no Brasil. Agora, essas fotografias que integram parte de uma exposição na Festa Literária Internacional de Paraty (evento que em 2018 é dedicado a Hilda), são reunidas no livro "Fernando Lemos Hilda Hilst". A edição reúne também um ensaio de Augusto Massi, que comenta esse encontro e explora a trajetória de Fernando como poeta e fotógrafo, a produção de Hilda como jovem poeta e o encontro entre os dois. A obra publicada pela SESC-SP traz ainda colagens feitas por Fernando sobre as fotos originais. No Tumblr do Letras algumas das fotografias.
>>> China: O último
livro do premiado escritor japonês Haruki Murakami foi classificado de "indecente" pelo Tribunal dos Artigos Obscenos
A
organização da Feira do Livro de Hong Kong ordenou que o livro fosse retirado
dos expositores e o governo que o livro seja recolhido das instituições
públicas do país. Segundo o South China Morning Post, o tribunal atribuiu a
"Kishidancho Goroshi" (ou "O assassino do comendador", na
primeira versão do título para o português) a classe II — "materiais
indecentes" —, o que corresponde a conteúdo "violento, perverso e que
causa repulsa". A categorização implica que a obra não possa ser vendida a
menores de 18 anos e que passe a conter um selo de aviso na capa. A professora
de Literatura Moderna da Universidade Politécnica de Hong Kong Lee Hoi-Lam
considera que, no livro, "o sexo é retratado por motivos válidos, tais
como para refletir as mudanças emocionais da personagem principal", cita o
jornal. O romance, dividido em duas partes, é sobre um pintor que se separou da
mulher e que vai viver para uma casa de artistas. A obra está prevista para
sair no Brasil neste semestre.
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