Boletim Letras 360º #274
Gostamos tanto da experiência de 2017 em trazer novos colunistas para o Letras, que, em breve, divulgaremos outra chamada; agora para garantir outros nomes no ano vindoura. Então, aqueles que guardam interesse em compor um grupo cujo trabalho é escrever sobre temas, formas e obsessões da literatura, falar sobre livros e filmes assumidamente interessados em compor parte no amplo universo que considera a arte enquanto expressão estética e política, estejam muito atentos – uma oportunidade baterá à sua porta. Recado dado, eis então as notícias desta semana divulgadas em nossa página no Facebook:
Reivindicam um prêmio Nobel de Literatura para Federico García Lorca |
Segunda-feira,
04/06
>>> Brasil: Três novos
títulos da poesia completa de Max Martins
Há três
anos, cf. temos acompanhado, a Editora da Ufpa tem
apresentado aos leitores brasileiros a reedição obra a obra do poeta paraense
numa coleção de luxo que inclui inéditos e ensaios de pesquisadores
importantes. Agora, outros três títulos vêm a lume e fecham o total de dez livros: 60/35 sai com prefácio de Luiz Costa Lima; Anti-retrato,
prefaciado por Eliane Robert Moraes; e, Marahu poemas, com texto de
Michel Riaudel. Para a conclusão do projeto resta agora apenas o livro deixado
por Max, Say it (over and over again), que incluirá ainda outros poemas
dispersos e inéditos. Este está previsto para 2019.
Terça-feira,
05/06
>>> Brasil: A
única história, o novo romance de Julian Barnes no Brasil
"Você
prefere amar mais e sofrer mais, ou amar menos e sofrer menos? Para mim, esta é
a única e verdadeira questão." Com esta pergunta, o protagonista do novo
romance de Julian Barnes abre A única história, em que rememora o
primeiro amor – e suas consequências ao longo de toda uma vida. Aos 19 anos,
claro, Paul não sabia que o amor pode transformar uma vida para sempre, e
mergulha de cabeça num conturbado relacionamento com Susan Macleod, uma mulher
casada, mãe de duas filhas quase adultas, que ele conhece ao frequentar,
durante as férias, o clube de tênis de um subúrbio de Londres. À medida que
amadurece, porém, as demandas do amor tornam-se infinitamente maiores do que
Paul poderia prever, até que o inesperado vira a história dos amantes pelo
avesso e decisões dolorosas precisam ser tomadas. Ao tentar entender, mais de
50 anos depois, o que aconteceu com Susan e onde pode ter errado, o personagem
de Barnes reflete sobre a potência do amor, o jovem que foi e o homem que se
tornou. A tradução de Léa Viveiros de Castro sai pela Editora Rocco.
>>> Brasil: Livro reúne
correspondência entre Hilda Hilst e Jose Luis Mora Fuentes
"Aos
quarenta anos, me apaixonei por um jovem de dezoito anos, o nome dele é Mora
Fuentes. Baseada nessa paixão eu escrevi Agda, uma personagem que pressentia a
velhice diante de um homem mais jovem." O relato foi feito por Hilda Hilst
ao antigo Jornal Nicolau, em 1993. O escritor Jose Luis Mora Fuentes, o Zé, foi
uma paixão breve na vida da escritora, mas a amizade permaneceu por toda a
vida. Agora, a correspondência entre os dois ganha edição. A lacraia e o
sapo, organizado por Ronald Polito, sai pelo selo digital e-galáxia.
Quarta-feira,06/06
>>> Portugal: Morreu o
poeta Albano Martins
Albano
Martins vivia em Mafamude, Vila Nova de Gaia. Nasceu em 1930, na aldeia do
Telhado, Fundão, e a sua obra está publicada em cerca de duas dezenas de livros
de poesia e em diversas antologias e obras coletiva; Secura verde (1950), O oiro do dia (1979), Os remos escaldantes (1983), Uma colina para os lábios (1993) e Escrito a
vermelho (1999) são alguns de seus títulos mais importantes. Licenciado
em Filologia Clássica pela Universidade de Lisboa, foi professor na
Universidade Fernando Pessoa, no Porto. No Letras, é possível encontrar texto de Pedro Belo Clara sobre o livro Com as flores do salgueiro (1995).
Quinta-feira,07/06
>>> Brasil: Dois novos
títulos de Alejandro Zambra em reedição
"Vale a
pena ler e escrever livros em um mundo prestes a se quebrar?" Essa
pergunta ronda pelo menos duas obras de Alejandro Zambra: Bonsai e A vida privada das árvores. Os dois títulos são reunidos num volume
que sai pelo Selo Tusquets / Planeta Editora; dois títulos que funcionam como
excelente porta de entrada a uma das mais proeminentes e interessantes vozes da
literatura hispânica contemporânea. Entre a seriedade e a hipocrisia, Julio, o
protagonista de Bonsai – brilhante estreia narrativa do chileno
Alejandro Zambra – acha mais produtivo se encarcerar em seu quarto, sozinho,
observando em silêncio o crescimento de um bonsai, que vagar pelos incômodos
caminhos da literatura. Segundo o próprio narrador, esta é "uma história leve
que se torna pesada", um relato elíptico e vertiginoso marcado pelo
desaparecimento inquietante de uma mulher. Já em A vida privada das
árvores, segunda novela do autor, Verónica demora a chegar, de forma
inexplicável, e o livro segue até que, enfim, Julián se convence de que ela não
vai mais voltar. Jorge Luis Borges aconselhava escrever como se o texto fosse
um resumo de uma obra já escrita. E é isso que fez Alejandro Zambra neste
livro: da mesma forma que um bonsai não é uma árvore, Bonsai e A vida privada das árvores não são novelas curta ou contos mais
longos, mas sim novelas-resumo ou, justamente, novelas-bonsai.
>>> Brasil: O primeiro
título de Gaël Faye
Em maio de
2017 noticiamos nesta página que no primeiro semestre deste ano teríamos a
edição de Petit pays no Brasil; a nova data, agora, é outubro. O
rapper Faye nasceu no Burundi e cedo se tornou uma das promessas da literatura
europeia; presenciou ainda muito jovem, aos 13 anos, a guerra civil no seu país
natal. Levado por seus pais para a França, Faye recomeça a sua vida nos
subúrbios de Paris onde se tornou um rapper de sucesso. Em Pequeno
país (em tradução literal) narra a vida de um garoto de dez anos que
cresceu no mesmo cenário que o próprio rapper viveu quando criança. O livro sai
pela Rádio Londres.
>>> Nova
tradução para Um retrato do artista quando jovem, de James Joyce
O romance
que descreve o desenvolvimento intelectual e artístico do personagem Stephen
Dedalus ao longo dos anos de sua infância e juventude.ganha tradução de Tomaz
Tadeu e edição da Autêntica
Editora. Embora o romance se baseie em episódios e personagens da vida de
James Joyce, Stephen Dedalus não é James Joyce. E Um retrato não é um biografia
ou uma autobiografia de James Joyce. Enfim, Um retrato é, para todos os
efeitos, uma obra de ficção. E permanece como uma das obras centrais do
modernismo literário de língua inglesa. Joyce costumava tomar nota de cenas e
episódios, breves e independentes, que chamou de "epifanias". Em
Epifanias estão reunidos os 40 desses esboços que chegaram até nós,
com o texto original e sua tradução apresentados lado a lado. O livro é
enriquecido por um ensaio da especialista italiana Ilaria Natali sobre a forma
como Joyce aproveitou algumas dessas epifanias nos livros Um retrato do
artista quando jovem, Ulisses e Finnegans Wake. Um conjunto
de fotos de Dublin, feitas pela fotógrafa americana Lee Miller em 1946, para a
revista Vogue, ilustram a edição em dois volumes.
Sexta-feira,
08/06
>>> Espanha: Reivindicam
um prêmio Nobel de Literatura a Federico García Lorca
O poeta
espanhol foi assassinado quando tinha 38 anos pelas forças do regime militar.
Se isso não tivesse acontecido, provavelmente seria autor de uma carreira ainda
mais profícua e teria conseguido o prêmio Nobel de Literatura. Essa é a
premissa para uma iniciativa que foi apresentada em Granada e que conta como
padrinhos políticos o ex-juiz Baltasar Garzón e a presidenta da Fundação José
Saramago Pilar del Río. A defesa da candidatura chega no ano quando se passam
120 anos do nascimento do poeta e pede, no documento dirigido a Academia Sueca,
que sejam revistas as normas de concessão vigentes ou se faça uma exceção para
o caso de Lorca, no intuito de "reconhecer a trajetória de uma pessoa
excepcional, símbolo imortal do diálogo entre a literatura e a sociedade
civil". Apenas três pessoas receberam um prêmio Nobel depois de mortas: Dag
Hammarskiöld, Nobel da Paz em 1961 e Erik Axel Karlfeld, Nobel de Literatura em
1931. Até então podia-se premiar postumamente; as regras mudaram em 1974,
quando o estatuto passou a impedir essa condição. Mas, em 2011, contra as
normas internas, Ralph Steinman recebeu o Nobel de Medicina – por puro acaso,
soube-se; depois da atribuição do galardão, a Academia descobriu que Ralph
havia morrido três dias antes. Caso revisto, decidiu-se pela manutenção do
prêmio ao cientista.
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