Boletim Letras 360º #268
Em publicação realizada esta semana no Instagram deixamos a ideia de que preparamos uma promoção nova para os nossos leitores. Reforçamos a suspeita. Em breve, você saberá melhores detalhes sobre. Enquanto isso, vamos a seguir com as notícias que publicamos durante a semana em nossa página no Facebook. Boas leituras!
Obra máxima de Walter Benjamin ganha reedição no Brasil. Mais informações ao longo deste Boletim. |
Sábado,
21/04
>>> Brasil: Morreu o
cineasta Nelson Pereira dos Santos
Nascido em
São Paulo em 1928, Nelson vivia no Rio de Janeiro. Bacharel em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Considerado um dos mais importantes cineastas do país, foi um dos precursores
do Cinema Novo. Interessado pela releitura de obras literárias para grande
tela, o cineasta compôs algumas das leituras mais importantes, como a adaptação
premiada de Vidas secas (1963). Na mesma linha criativa realizou
para a grande tela outro clássico de Graciliano Ramos, Memórias do
cárcere (1984) e, entre outros, Tenda dos milagres (1977), e Jubiabá (1987), de Jorge Amado. Em 2006 foi eleito para a Academia
Brasileira de Letras (ABL).
Segunda-feira,
23/04
>>> Estados Unidos: Saiu o
primeiro trailer de Mary Shelley, filme que conta a história da
mulher que escreveu Frankenstein e com ele inventou a ficção
científica
Dirigido por
Haifaa Al-Mansour, o filme estreou no Festival Internacional de Cinema de
Toronto em 2017. Seu lançamento mundial no cinema está marcado para o dia 25 de
maio. O trailer mostra uma adolescente Mary Wollstonecraft Godwin (Elle
Fanning) conhecendo Percy Bysshe Shelley (Douglas Booth). Os dois se apaixonam
e os eventos da vida de Mary rapidamente se transformam em proporções dignas de
um romance gótico. O trailer alude a todos os principais eventos da vida da
autora de Frankenstein, sobretudo, os que se dão em torno da
escrita e publicação de seu livro. Tudo é retratado com um tom feminista fiel
ao pensamento Mary (sua mãe era, afinal, a proeminente escritora feminista Mary
Wollstonecraft). Ela foge com Percy e quando sua família tenta impedi-la, luta
por esse amor. Será interessante ver como o filme trata esse relacionamento, se
o faz (Percy era casado e estava para ser pai). Veja aqui.
>>> Brasil: Alagoas deve
receber o primeiro trem turístico regular do Nordeste com a inauguração de uma
rota dedicada ao escritor Graciliano Ramos
O trajeto
ligará a cidade de Quebrangulo, onde ele nasceu, a Palmeiras dos Índios, onde
viveu por pelo menos dez anos e foi eleito prefeito, em 1927. Ambas ficam a uma
hora e meia de Maceió. David Maia, o idealizador do projeto, diz que a ideia é
aproveitar atrações culturais já existentes em torno da vida do escritor, como
os museus dedicados à vida dele nas duas cidades. Serão 28 quilômetros de
ferrovia, que devem ser inaugurados em dezembro deste ano. Duas locomotivas com
capacidade para 80 pessoas cada foram encomendadas, uma a vapor e outra a
diesel. O projeto existe desde 2003, mas foi interrompido depois de uma
enchente no local, em 2010. A notícia está na Folha de São Paulo.
Terça-feira,
24/04
>>> Brasil: Nova
tradução de O mundo perdido, de Sir. Arthur Conan Doyle
Liderada
pelo professor Challenger, um paleontólogo excêntrico e carismático, uma
expedição científica parte de Londres para explorar um território longínquo da
Amazônia congelado desde o tempo em que os dinossauros vagavam sobre a Terra.
Aparentemente impossível de penetrar, esse mundo perdido apresenta diversos
perigos para os quatro membros do grupo, de homens-macaco selvagens a terríveis
criaturas pré-históricas. Obra precursora, o romance de Arthur Conan Doyle
– o criador do célebre detetive Sherlock Holmes – foi lançado em 1912, O
mundo perdido mistura especulação científica, viagem no tempo e crônica
de peripécias; sua presença se nota na extensa quantidade de livros, filmes e
HQs sobre o tema dos dinossauros e do tempo de origem da humanidade. A nova
tradução é do escritor Samir Machado de Machado e traz notas com atualizações
sobre a paleontologia da época, e um prefácio sobre o impacto dos dinossauros
na cultura popular do século XX. Sai pela editora Todavia.
>>> Alemanha: Julián Fuks
é um dos vencedores deste ano do Prêmio Anna Seghers
O galardão é
destinado a jovens talentos da literatura de língua alemã e da América Latina.
Fuks, nascido em 1981 em São Paulo, venceu com A resistência (Companhia das
Letras, 2015), mesma obra com a qual recebeu o Prêmio Jabuti e o José
Saramago. A obra tematiza a Guerra Suja – o regime adotado em meio à ditadura
militar argentina, a partir de 1976 – e o exílio no Brasil. Julian Fuks,
que além de escritor é tradutor e crítico literário, estreou em 2004 com a
coletânea de contos Fragmentos de Alberto, Ulisses, Carolina e eu.
Escreveu ainda outros dois romances: Histórias de literatura e
cegueira (2007) e Procura do romance (2012). O Prêmio Anna
Seghers leva o nome da escritora alemã, morta em 1983 e que ficou famosa por
retratar a experiência moral da Segunda Guerra Mundial. Ela deixou em seu
testamento o desejo de que os rendimentos obtidos com suas obras fossem usados
para incentivar jovens talentos da literatura. Fuks dividirá o prêmio com a
berlinense Manja Präkels.
Quarta-feira,
25/04
>>> Brasil: Uma
antologia que reúne importante parte da produção poéticas do cineasta iraniano
Abbas Kiarostami e a edição do Pulitzer de biografia de 2017
O livro deve
sair no início do segundo semestre de 2018 pela editora Âyiné. A organização e
a tradução, do persa, é de Pedro Fonsea. Ainda sem data, mas a mesma casa
publicará O retorno, do autor líbio Hisham Matar, ganhador do
Pulitzer de biografia ano passado. O pai era de Matar foi um opositor de
Muammar Gaddafi que fugiu com mulher e filhos para os EUA em 1979 e, depois,
foi sequestrado pela polícia secreta do ditador. A família nunca soube se o pai
foi fuzilado ou o que houve. No livro, o escritor narra seu retorno à Líbia em
busca da verdade.
>>> Brasil: O
mundo desconjuntado, de Philip K. Dick
Com edição
especial em capa dura e projeto gráfico arrojado, uma obra inédita de Philip K.
Dick chega ao Brasil, trazendo um retrato único da construção do medo, da
desconfiança e da própria realidade. Apresentado como um romance impressionante
de um dos maiores nomes da ficção científica, nesta obra K. Dick faz o leitor
duvidar do real e se perguntar a todo momento até que ponto a paranoia é
justificada. Em O mundo desconjuntado Ragle Gumm tem um trabalho
bastante peculiar: ele sempre acerta a resposta para um concurso diário do
jornal local. E quando ele não está consultando seus gráficos e tabelas para o
trabalho, ele aproveita a vida tranquila em uma pequena cidade americana em
1959. Pelo menos, é isso que ele acha. Mas coisas estranhas começam a acontecer.
Primeiro, Ragle encontra uma lista telefônica e todos os números parecem ter
sido desconectados. Depois, uma revista sobre famosos traz na capa uma mulher
belíssima que ele nunca tinha visto antes, Marilyn Monroe. E para piorar,
objetos do dia a dia começam a desaparecer e são substituídos por pedaços de
papel com palavras escritas, como "vaso de flores" e "barraca de
refrigerante". A única alternativa que Ragle encontra para descobrir o que
está acontecendo é fugir da cidade e de todos esses acontecimentos bizarros,
contudo, nem a fuga nem a descoberta serão tão fáceis quanto ele imaginava. A
tradução é de Bráulio Tavares e sai pela Editora Suma.
Quinta-feira,
26/04
>>> Brasil: Nova edição
dos livros que reúnem textos de Clarice Lispector publicados em jornais
Dois livros
em um. Correio para mulheres traz os conselhos e as dicas de
Clarice publicados em diferentes colunas e veículos da imprensa ao longo dos
anos 1950 e 1960 e organizados pela professora Aparecida Maria Nunes, doutora
em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo, nos volumes
Correio feminino (editado em 2006) e Só para mulheres (editado em 2008). Agora num único livro, os textos, assinados sob pseudônimos
como Tereza Quadros e Helen Palmer, ou ainda como Ilka Soares, famosa atriz de
quem Clarice foi ghost writer, mostram a faceta de jornalista feminina da
escritora, entrevendo-se, aqui e ali, pequenas pérolas literárias do estilo
clariceano, além de traçar um singular retrato da sociedade da época.
>>> Brasil: Sairá Viagem ao Volga: relato do enviado de um califa ao rei dos
eslavos, de Ahmad ibn Fadlan
O autor é um
viajante árabe do século X que partiu de Bagdá em viagem ao reino dos búlgaros.
Lá, ele faz um dos primeiros relatos conhecidos sobre os vikings e descreve um
ritual de sacrifício humano. O filme O 13º guerreiro, com Antonio
Banderas, é inspirado nesse relato. O livro sai pela a Carambaia.
Sexta-feira,
27/04
>>> Brasil: A antologia
da Editora
Carambaia com contos de assombro já está disponível
São dezoito
narrativas e um ensaio que procura abordar a literatura fantástica e de
mistério fora dos nichos de gênero, como um convite a um público mais amplo que
o habitual. O inesperado está presente não apenas como temática, mas também na
inclusão de autores clássicos reconhecidos por outras filiações, como Émile
Zola, Edith Wharton, Ivan Turguêniev, Luigi Pirandello e Virginia Woolf. Em
todos eles se encontra a sensação de assombro – seja por meio de uma sátira
sobre a crueldade do ser humano, caso da narrativa implacável de Zola, ou pela
descrição minuciosa de um único gesto refletido num espelho, no delicado conto
de Woolf. Um dos recortes que orientaram a escolha dos contos da coletânea é
temporal: todos foram escritos entre o início do século XIX e as primeiras
décadas do século XX, apogeu da produção literária de mistério em seu período
pós-gótico, como explica no posfácio Alcebíades Diniz, pós-doutor em Teoria e
História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além dos
autores citados, a antologia reúne contos de Washington Irving, Horacio
Quiroga, E.T.A. Hoffmann, Robert Louis Stevenson, Guy de Maupassant, Leopoldo
Lugones, Emília Pardo Bazán, Charles Nodier, M.R. James, Leonid Andrêiev, João
do Rio, Medeiros e Albuquerque e Humberto de Campos. O projeto gráfico é de
autoria dos designers Paula Tinoco e Roderico Souza, do Estúdio Campo. A capa e
as aberturas de cada conto apresentam adornos em composições lineares e
geométricas que lembram símbolos arcanos de religiões e códigos de comunicação,
procurando evocar a atmosfera de mistério e fantasia que é o ponto comum entre
os contos do volume. Dos dezenove textos que compõem Contos de assombro,
dezesseis foram traduzidos especialmente para a antologia e diretamente da
língua original. Os tradutores são: Ari Roitman, Fábio Bonillo, Ivone
Benedetti, Maria Aparecida Barbosa, Maurício Santana Dias, Paula Costa Vaz de
Almeida, Paulina Wacht e Tamara Sender. Os outros três foram escritos em
português.
>>> Brasil: Uma caixa
reúne duas reedições: Arte de pássaros, de Pablo Neruda e O
amor, as mulheres e a vida, de Mario Benedetti
Prêmio Nobel
em 1971, Pablo Neruda representa uma das mais importantes vozes da poesia
latino-americana. Uma de suas grandes admirações foram as aves e o livro aqui
apresentado é a obra em que o poeta chileno reflete sobre sua paixão por esses
animais, além da riqueza natural de sua terra natal. Já O amor, as
mulheres e a vida reúne poemas de amor escritos por Mario Benedetti.
Neste livro, ele expõe o amor como compensação da morte, desde o amor erótico à
esperança revolucionária e à gratidão do amigo. Edição José Olympio.
>>> Brasil: Uma caixa,
três volumes. Chega a reedição de Passagens, de Walter Benjamin
No início de
2018, repassamos aqui a notícia divulgada pela Editora UFMG sobre a reedição de
uma das obras historiográficas mais significativas do nosso tempo. Ei-la! A
partir de Paris, a "capital do século XIX", especialmente suas
galerias comerciais enquanto "arquipaisagem do consumo", são apresentados
a história cotidiana da modernidade – com figuras como o flâneur, a prostituta,
o jogador, o colecionador - e os meios de uma escrita polifônica que vai desde
a luta de classes até os fenômenos da moda, da técnica e da mídia. Esse
hipertexto com mais de 4.500 passagens constitui um dispositivo sem igual para
se estudar a metrópole moderna e as megacidades do mundo atual. A edição já
está disponível no sítio da editora e chega às livrarias a partir da primeira
semana de maio.
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