Boletim Letras 360º #265


Estas são as notícias filtradas pelos interesses editoriais deste blog durante a semana em nossa página no Facebook. Boas leituras!

A obra de Julio Cortázar passará a ser publicada pela Companhia das Letras.


Segunda-feira, 02/04

>>> Brasil: Por aqui, a obra de Julio Cortázar está de casa nova 

A Companhia das Letras anunciou que em 2019 passa a publicar a obra do autor argentino por aqui. A coleção começará com a publicação, inédita no Brasil, de uma reunião de todos os contos do escritor argentino, numa caixa, em dois volumes. Depois, serão lançadas novas edições para O jogo da amarelinha, Bestiário, Final do jogo, As armas secretas, Todos os fogos o fogo, Octaedro, Queremos tanto a Glenda, História de cronópios e de famas, Um tal Lucas, Os autonautas da cosmopista, Os prêmios, 62 modelo para armar, Divertimento, O exame, A volta ao dia em oitenta mundos, Último round, O discurso do urso e a versão ilustrada por José Muñoz do conto O perseguidor. Os livros terão capas feitas especialmente para as edições brasileiras pelo artista estadunidense Richard McGuire — capista da revista New Yorker. Até então a obra era publicada pelo Grupo Editorial Record e outros textos do escritor tinham saído pela Cosac Naify.

>>> Brasil: Mais inéditos de Margaret Atwood

Não para de chegar notícias sobre o interesse pela publicação da obra da escritora canadense no país depois do sucesso mundial como O conto da aia, livro adaptado como seriado. A Editora Rocco que publica a obra de Atwood por aqui acaba de adquirir os direitos de publicação de mais dois livros da autora. Um deles é The Penelopiad (A Penelopia), em que conta a história da Odisseia, pelo ponto de vista de Penélope, mulher de Ulisses, que aguarda seu retorno à Ítaca enquanto é cortejada. O outro é The Heart Goes Last (O coração vai por último), romance mais recente de Atwood, em que ela faz mais uma incursão no universo da ficção científica. A editora renovou os contratos dos outros 20 livros da autora que tem em catálogo. Recentemente também havia anunciado a chegada de outros inéditos de Atwood. cf. divulgamos noutra ocasião.

Terça-feira, 03/04

>>> Brasil: Reedita-se a edição comentada de Os sertões preparada por Leopoldo Bernucci

A publicação da Ateliê Editorial / Sesi-SP Editora foi revista e ampliada e, até hoje, é a mais completa do clássico de Euclides da Cunha. Além do texto rigorosamente restaurado conforme as fontes mais autorizadas, possui cerca de três mil notas, auxiliando o esclarecimento do difícil vocabulário euclidiano. Originalmente publicada em 2001, é a primeira edição com minucioso e inédito índice onomástico de lugares e pessoas; acurada cronologia da vida e obra do autor; vinte e quatro páginas de iconografia, com informações desconhecidas sobre o assunto; e prefácio elucidativo do organizador que aborda o problema das diferentes linguagens de Os sertões e de suas qualidades artísticas.

>>> Inglaterra: Oxford prepara uma grande exposição que explora a faceta menos conhecida de J. R. R. Tolkien

Que o escritor tenha levado toda uma vida a fabular os mínimos detalhes para a composição da Terra Média, não é novidade. E é para este tema que se volta uma nova exposição preparada pela Bodleian Library de Oxford. "Tolkien: o criador da Terra Média" abrirá as portas no dia 1º de junho na cidade inglesa. Apresenta mapas, cartas, pinturas e uma variedade de documentos que são reunidos pela primeira vez desde 1950, no intuito de contar como foi o processo de criação do universo de O senhor dos anéis. A exposição apresenta ainda uma face oculta do escritor: o Tollkien pintor e desenhista. Incluem-se suas primeiras pinturas abstratas em The Book of Ishness, as aquarelas que compôs enquanto escrevia O Hobbit e O senhor dos anéis e alguns mapas que criou para representação de Terra Média. Grande parte desse material, p.ex., expõe o jovem estudante de Oxford na composição de sua própria voz artística. Esta a exposição mais ambiciosa em torno do universo criativo de Tolkien; extensa quantidade de material nunca foi exibida antes, como os valiosos manuscritos de Silmarillion, ou cartas de agradecimento que recebeu de uma ampla gama de admiradores: desde o poeta WH Auden ao cantor Joni Mitchell.

Quarta-feira, 04/04

>>> Brasil: Poema de Maya Angelou com ilustrações de Jean-Michel Basquiat

Monstros, fantasmas, valentões... O medo que nos acompanha desde pequenos e nossos obstáculos é tema do poema "A vida não me assusta", de Maya Angelou, ilustrado por Basquiat. Publicado pela primeira vez em 1993, o poema convoca nossos demônios antes de gritar para eles que nada nos assusta — e a gente bem que podia fazer isso quando adulto. Isto é, aqui se fala sobre as aflições da infância de dentro do olhar de empoderamento. Há 25 anos da primeira edição, o título ganha tratamento especial pela Dark Side Books.

>>> Brasil: O idiota, de Dostoiévski em HQ

A adaptação de André Diniz em preto e branco, e num registro quase sem palavras, propõe uma recriação surpreendente deste que é um dos títulos mais importantes do escritor russo. Publicado em 1869 e escrito em meio a crises epilépticas e perturbações nervosas e sob a pressão de severas dívidas de jogo, o romance é um dos mais célebres da literatura mundial. Sua oralidade intensa encontra na explosão e na fluidez, na ternura e na enorme capacidade expressiva do traço de Diniz, uma correspondência única. A história é conhecida: após anos internado num sanatório suíço para tratar sua epilepsia, o jovem Míchkin retorna à Rússia e se vê envolvido num triângulo amoroso cujos ares folhetinescos darão o tom desta adaptação. Entre a vilania de Rogójin, um devasso perdulário que dilapida a fortuna herdada de seu pai, e a beleza arrebatadora de Nastácia Filíppovna, acompanharemos Míchkin e sua pureza quixotesca até o desenlace desta bela e trágica graphic novel.

Quinta-feira, 05/04

>>> França: A mansão onde Victor Hugo se exilou, na ilha de Guernsey, passará por reformas

Os 3,6 milhões de Euros servirão para modernizar a infraestrutura e melhor a recepção dos visitantes - por ano, a casa recebe mais de vinte mil pessoas. Os recursos são de doação via crowdfunding e do Pinault Collection. Construída no alto de Saint Peter Port, a Hauteville House foi a residência em que o escritor escreveu algumas de suas grandes obras como Os miseráveis (1862) e O homem que ri (1869). Em 1927, a família de Hugo entregou a casa ao estado francês. Victor Hugo fugiu do continente depois do golpe de estado em 1851; idealizou a casa justapondo simbologias diversas, referências à sua obra, seu pensamento e visão de mundo.

>>> Brasil: Dois novos títulos na coleção Arte da Novela

A Grua Livros prepara Benito Cereno, de Herman Melville e O diamante do tamanho do Ritz, de F. Scott Fitzgerald (imagem). O primeiro título é, ao lado de Billy Budd e Bartleby, o escrivão (este a casa editorial também apresentou na mesma coleção), a tríade de importantes novelas do escritor estadunidense. Como no caso de Moby Dick, outra obra importante de Melville, a narrativa de Benito também se passa no mar, em um navio. Mas, dessa vez, o conflito não se dá entre o homem e a natureza. E sim, entre homens e homens. Mais precisamente, entre escravos e homens livres. A história é a de uma rebelião de escravos em um navio espanhol. Um navio estadunidense se aproxima e o capitão Amasa Delano, que conta a história, se oferece para ajudar, sem saber o que está acontecendo ao certo. Delano pensa que o navio espanhol teve apenas problemas técnicos, e não faz a menor ideia de que o capitão, Don Benito Cereno, é mantido como refém pelos escravos e que só está interpretando um papel, para não ser morto. Já o livro de F. Scott Fitzgerald traz a história de John T. Unger, nascido na cidadezinha de Hades. Quando vai estudar em Boston, ele entra em contato com a classe alta da Nova Inglaterra, e sua crescente obsessão por status o levará às mais disparatadas desventuras.

Sexta-feira, 06/04

>>> Morreu Edla Van Steen

A escritora nasceu em Florianópolis no 12 de julho de 1936. Ao longo de sua trajetória com as artes, que começou como atriz, depois se tornou escritora e divulgadora da literatura brasileira, somam-se mais de vinte livros publicados, entre contos, romances, entrevistas, peças de teatro e livros de arte; Corações mordidos, No silêncio das nuvens, O gato barbudo, Manto de nuvem, Por acaso, O presente e A revolta, são alguns dos sucessos entre adultos, jovens e crianças e que mereceu excelentes críticas no Washington Post Book World, Kirkus Reviews e Publishers Weekly. Para a Global Editora dirigiu as séries Melhores Poemas, Melhores Contos, Melhores Crônicas, que além dos mais de 100 autores contam com organização e apresentação dos mais importantes estudiosos do país. Edla também dirigiu, entre outras séries, a coleção Roteiro da Poesia Brasileira, com 15 volumes que apresentam a diversidade e a qualidade da Poesia no Brasil em cada época da história do país.

>>> Brasil: Novo título da escritora Alice Munro

As luas de Júpiter sai pela Biblioteca Azul / Globo Livros. A autora canadense Alice Munro, vencedora do prêmio Nobel de Literatura, traz, em sua quarta coletânea de contos, histórias sobre o conteúdo e as oscilações – os emaranhados e relações – dos sentimentos femininos: o passado pobre que envergonha a esposa diante do marido; o homem casado que, diante de uma fatalidade, resolve assumir uma nova vida com a amante; o marido que não se sente mais atraído pelo corpo envelhecido da mulher. Paixões desesperadamente concebidas, afeições traídas, casamentos estabelecidos e desfeitos: as alegrias, os medos, os amores e os despertares femininos ecoam ao longo dessas doze histórias inesquecíveis, trazendo à tona a dor excepcional – e ainda inescapável – do contato humano. As luas de Júpiter retrata mulheres que, embora aparentemente frágeis, revelam personalidades surpreendentes e corajosas, enfrentando com lucidez a vida, suas alegrias e pesares, suas lutas e decepções. São criaturas de uma autora que nunca cega seu olhar para o que pulsa e vive. O livro sai agora em abril. O livro sai agora em abril.

>>> Brasil: O novo romance de Ronaldo Correia de Brito, Dora sem véu

Trata-se de uma obra múltipla e marante, de um dos autores mais importantes da literatura brasileira contemporânea. O livro conta a história de Francisca, uma mulher que decide se aventurar numa romaria a Juazeiro do Norte, no Ceará, em busca de Dora, a avó que nunca conheceu. Leva consigo Afonso, o marido com um passado obscuro que tenta renegar. Na caçamba de um caminhão, enfrentam o calor e a sede. Na cidade dos romeiros, a violência e a impunidade. Nesta viagem reveladora, ambos irão enfrentar o amor, as suspeitas e a morte. Dora sem véu sai pela Editora Alfaguara em maio.

>>> Cuba: Morreu o escritor Daniel Chavarría

O escritor uruguaio estava radicado em Cuba desde 1969. Recebeu, em 2010, o Prêmio Nacional de Literatura neste país, a mais importante honraria das letras cubanas. É autor de obras como Perigo na ilha e Adeus muchachos, para citar duas delas editadas no Brasil. Além de romances, escreveu contos, artigos sobre literatura, política e roteiros para o cinema e televisão. Foi também tradutor de literatura alemã no Instituto Cubano do Livro, professor de Latim, Grego e Literatura Clássica na Universidade de Havana. Chavarría nasceu em 23 de novembro de 1933 no distrito uruguaio de San José de Mayo. Além do prêmio nacional no país onde viveu, recebeu outras importantes honrarias como o Prêmio Edgar Allan Poe, em Nova York (2002), o Prêmio Casa de las Américas (2000) e o Camilo José Cela (2005).

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