Boletim Letras 360º #256
Os leitores mais assíduos do Letras já sabem que nesta semana foi quando retornamos o curso normal das publicações aqui no blog. As anunciadas estreias dos novos colunistas acontecem agora no mês de fevereiro – muita atenção! E, na nossa página no Facebook divulgamos os ganhadores da primeira promoção de 2018 que sorteou cinco leitores; o primeiro do grupo pode escolher entre A noite da espera, de Milton Hatoum; Laços, de Domenico Starnone; O marechal de costas, de José Luiz Passos; a edição especial de A hora da estrela, de Clarice Lispector; e Uma forma de saudade, diários de Carlos Drummond de Andrade. Falando em livros, agora abrimos um sebinho. Dos livros
da biblioteca, aqueles comprados e repetidos ou aqueles lidos e que não ganham
o afeto de continuar com seu dono são agora vendidos online aqui.
O poeta português Eugénio de Andrade é o homenageado na recente edição da Revista 7faces. |
Segunda-feira,
29/01
>>> França: Na cruzada
contra o ódio, a França retira do calendário oficial de celebrações de 2018 o
nome do escritor antissemita Charles Maurras
Já havia
acontecido uma vez em 2011 com Louis-Ferdinand Céline, o mesmo que depois de
longo embate a Gallimard desistiu de publicar seus textos antissemitas – era o
ano dos 50 anos da morte do escritor de Viagem ao fim da noite.
Agora, Maurras. Em abril de 2018 se passam 150 anos do nascimento do escritor.
Ele, também um jornalista, foi o responsável pela doutrina do grupo de
ultradireita monárquico Ação Francesa; apoiou com entusiasmo o regime de Vichy
do marechal Petain. A Academia Francesa já o teve como membro mas depois o
expulsou de maneira ignominiosa quando ele se converteu num exímio colaborador
com o regime nazista, ações que o levaram ao tribunal de Lyon em 1945 onde foi
condenado a prisão perpétua pelo crime de "degradação nacional", uma
pena criada na França depois do fim da ocupação alemã para punir militares e
civis que colaboraram com as forças nazifascistas. Maurras morreu em 1952.
>>> Brasil: A Revista 7faces publica
uma edição que sublinha a obra do poeta Eugénio de Andrade
Ganhador do
Prêmio Camões em 2001, o mais importante galardão para as literaturas de língua
portuguesa, a obra de Eugénio de Andrade é muito escassa no Brasil; para se ter
uma ideia a mais recente antologia com poemas do poeta data do início da década
de 1980 pela Civilização Brasileira. Mas, ainda assim, uma revista de poesia
nacional se interessou por sublinhar a obra do português. A homenagem
organizada pelos editores Pedro Fernandes e Cesar Kiraly e o convidado Pedro Belo
Clara é marcada por um rico dossiê que inclui fotografias, reprodução de
manuscritos, poemas e ensaios de leitores versados no estudo da obra do poeta.
E, o melhor: este rico material está agora disponível online.
Terça-feira,
30/01
>>> Brasil: A Editora 34
publicará a obra completa de François Rabelais
Quem cuida
da tradução é Guilherme Gontijo Flores. A obra de Rabelais começa a ser editada
ainda neste ano. Serão seis volumes. Além das histórias de Gargântua e
Pantagruel, a edição também trará cartas, poemas e outros escritos.
>>> Estados Unidos: Os livros mais vendidos da história segundo o Wikipédia
A lista tem
cem títulos e os critérios utilizados para sua organização. A enciclopédia
coletiva assegura que se baseou em fontes confiáveis para a atualização das
cifras, por isso deixou de fora alguns títulos como O conde de Monte
Cristo, de Alexandre Dumas ou Um conto de Natal, de Charles
Dickens. Também não figuram na lista livros como a Bíblia, o Corão ou o Livro
Vermelho, de Mao e todos os livros classificados como religiosos, políticos ou
filosóficos. Os dez primeiros títulos seguem esta ordem: Dom
Quixote, de Cervantes (500 milhões); Um conto de duas
cidades, de Dickens (200 milhões); O senhor dos anéis, de
Tolkien (150 milhões); O pequeno príncipe, de Saint-Exupéry (140
milhões); Harry Potter e pedra filosofal, de J.K. Rowling (107
milhões); e O Hobbit, de Tolkien, O caso dos dez
negrinhos, de Agatha Christie, O sonho da câmara vermelha, de
Cao Xueqin e Ela, a feiticeira, de H. Rider Haggard, com 100
milhões cada.
Quarta-feira,
31/01
>>> Paraguai: Morreu
Ramiro Domínguez
O poeta
paraguaio nasceu no dia 14 de abril de 1930. Foi sociólogo, antropólogo,
dramaturgo, ensaísta e professor na Universidade Nacional de Assunção; fundou
em seu país o Centro de Estudos Antropológicos do Paraguai. Era dos últimos
nomes da chamada Geração de 50. Escreveu, além de poemas e ensaios, roteiros
para o teatro. Em 1996 chegou a organizar uma antologia reunindo toda sua obra
poética que obteve várias reedições. Em 2009 ganhou o Prêmio Nacional de
Literatura.
>>> Israel: Morreu Haim Gouri
Poeta,
romancista, ensaísta, jornalista e cineasta Guri relatou alguns dos momentos
mais tumultuosos da história de Israel, seu país. Considerado popularmente como
"o poeta nacional israelita", escreveu vários livros de poesia que
abarcam os primeiros conflitos militares que deram lugar à criação do Estado de
Israel, um processo histórico do qual ele próprio participou como soldado
durante sua juventude. Era, portanto, uma figura proeminente entre a geração
fundadora de Israel; como jornalista se destacou pela cobertura informativa que
fez sobre o processo judicial em Jerusalém contra o nazista Adolf Eichmann em
1961. Guri nasceu em Tel Aviv no dia 9 de outubro de 1923, se juntou em 1941 ao
grupo paramilitar Palmaj, as forças de elite clandestinas judaicas que lutaram
contra o Mandato Britânico da Palestina antes da criação do Estado de Israel.
Em 1948, durante a primeira guerra árabe-israelita, combateu como comandante
adjunto da Brigada de Néguev, da própria Palmaj. Seu primeiro livro de poesia,
Flores de fogo, relata suas experiências pessoais durante a guerra.
Em 1988 ganhou o Prêmio Israel. Sua obra poética está traduzida para mais de 25
línguas.
Quinta-feira,
01/02
>>> Rússia: Um agregador
de informações para melhor destrinçar Guerra e paz, de Liev Tolstói
Agora é
possível explorar a geografia, a história e detalhes sobre as personagens com
um novo aplicativo em inglês sobre a obra máxima da literatura de Tolstói.
Desenvolvido por especialistas do Tolstoy Digital Group, da Escola Superior de
Economia da Rússia e da Samsung Electronics, o aplicativo “Live pages” oferece
uma jornada pelo romance: tem o texto em inglês e entradas para outras obras
clássicas da literatura russa; mapas de onde ocorrem os principais
acontecimentos descritos no livro – todos os locais ficcionais e reais do
romance são exibidos em um mapa interativo; cronograma histórico que cobre o
período de ambientação da narrativa – entre 1805 e 1812, durante a invasão
francesa à Rússia; uma trajetória das personagens, muitas neste romance e até
perfil de cada uma dessas inúmeras figuras e suas citações mais famosas, como
se cada uma tivesse uma página no Facebook.
>>> Brasil: Uma
adaptação de Alice realizada pelo próprio Lewis Carroll para os
leitores mais novos ganha edição por aqui
Em 1890, o
escritor britânico decidiu adaptar seu livro de maior sucesso para os pequenos
leitores. E, tal Alice ao beber da poção misteriosa e encolher, também Alice no país das maravilhas, que ele publicou com sucesso em 1865,
virou The nursery Alice, livro que agora chega às livrarias
brasileiras com o título A pequena Alice. Sai pela Editora
Barbatana a tradução de Cristina Porto. Como na edição original, a versão sai
com 20 reproduções ampliadas e coloridas das ilustrações originais de Sir John
Tenniel, com as quais Carroll dialoga, perguntando aos pequenos leitores sobre
seus minuciosos detalhes. A quarta capa do livro traz uma grande surpresa: um
QR-Code transporta os leitores para a primeira adaptação cinematográfica do
clássico de Carroll, realizada em 1903 pelos cineastas britânicos Cecil
Hepworth e Percy Stow.
Sexta-feira,
02/02
>>> Brasil: Um novo
título de Junichiro Tanizaki
"A
ponte flutuante dos sonhos" e "Shunkin" são duas narrativas
escritas em épocas bastante diferentes da carreira do escritor japonês. A
segunda novela é um interessante experimento estético, característico da
primeira metade da carreira de Tanizaki, que inclui uma meditação filosófica
sobre a verdadeira natureza do êxtase. Já "A ponte flutuante" é uma
narrativa composta no estilo tardio do autor, e demonstra um impressionante
poder de síntese de um grande número de temas de O romance de
Genji: o jovem que se apaixona pela segunda esposa do pai, o erotismo
sensorial dos elementos da natureza, a simbologia clássica das plantas,
animais, flores, rios, montanhas. A edição é da Editora Estação Literária.
.........................
Comentários