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Mostrando postagens de dezembro 29, 2017

Destaques em projetos editoriais de 2017

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–  Macunaíma , de Mário de Andrade Depois que a obra do escritor modernista passou a domínio público várias casas editoriais decidiram publicar uma edição diferenciada de seu livro principal. Há livros para todos os bolsos e gostos – e isso inclui as tiragens sofisticadas. Em 2016, a Ateliê Editorial já havia organizado uma tiragem pequena com uma edição especial (integrou esta mesma lista naquele ano); e, agora, a Ubu editora, casa que tem se destacado por excelentes publicações, investiu num livro do tipo. Assim, o romance de 1928 teve o texto estabelecido por Telê Ancona Lopez e Tatiana Longo e apresentado numa tiragem limitada com monotipias de Luiz Zerbini que se utilizam da vegetação tropical na sua composição – uma relação com o caráter exuberante do texto de Mário. Da sobrecapa às imagens internas – 33 no total. A obra recupera ainda um glossário fixado por Diléa Zanotto Manfio feito para edição crítica de 1988, posfácio de Lúcia Sá e prefácios inéditos do próprio Mári

Os melhores de 2017

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Por Pedro Fernandes 2017 não foi um ano fácil. Não sei se motivado pelos rumos negativos que este país tomou e por uma descrença mortal de acentuação institucionalizada do horror ou se pelo espírito fatalista que, em parte motivado pela primeira possibilidade, se tornou mais presente entre nós, estudei de diversas maneiras dar fim ao Letras. Também é este um trabalho que suga boa parte de minha energia e no ano que agora chega ao fim apareceram mil e uma outras atividades que me colocam distante da manutenção deste projeto. Parte desse estágio melancólico ficou expresso no texto de abertura do Boletim Letras 360º #246 que marcava a passagem da primeira década deste blog online. Mas, a energia dos que fazem este espaço existir – os que aqui escrevem e os que acompanham nas redes sociais – pareceu mais forte. As vontades negativas, se não desapareceram, amainaram. E agora que paro para um recesso encontrarei outras possibilidades para as trilhas que aqui se mantêm. Par

Os melhores de 2017: prosa

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– Pretérito imperfeito , de Bernardo Kucinski. As ações neste romance, embora estejam situadas num passado qualquer do narrador, se apresentam como uma sombra sobre o presente da rememoração e em estágio de se concluir, porque afinal, a atitude central desse narrador, a de renegar o filho adotivo, só se concretiza à distância e através da escrita. E não adianta o leitor procurar por trás ou no texto o acontecido. Para alguns poderá parecer muito seca a maneira como esse narrador observa a crise de sua relação com o filho, entretanto, é a maneira mais sutil encontrada por um escritor interessado em abrir um debate muito caro para a geração que aí está: fazemos o que fazemos realmente pensando na formação de nossos filhos para o mundo ou apenas maquilamos a realidade para eles porque imprimimos repetidamente a imagem da frágil criança capaz de não sobreviver a essa realidade e a potenciamos ao melindre e à impossibilidade de agir por si sem desconsiderar o lugar do outro, inclui

Os melhores de 2017: poesia

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— Poesia completa , de Gilka Machado. A poeta foi sempre apresentada como uma das únicas mulheres representantes do Simbolismo no Brasil e pioneira da poesia erótica. Mas, há muito sua obra estava fora de circulação no país. Quer dizer, alguns de seus livros apresentados por aqui, como Carne e alma , Meu rosto , Sublimação e Mulher nua (desses apenas o último foi editado com este título pela poeta) batia recorde de preços entre os livreiros e sebistas. Uma antologia que trazia extensa parte de sua obra, Poesias  completas também há muito estava fora de catálogo. A edição organizada por Jamyle Rkain, com prefácio de Maria Lúcia Dal Farra, copia os seis livros de Gilka de Machado e preenche uma grande lacuna. Uma redescoberta que poderíamos chamar de trabalho editorial do ano no que se refere à poesia brasileira. —  Contratempo , de Pedro Mexia. Este é um dos vários poetas de grande importância para a língua portuguesa na contemporaneidade. O livro editado no B