A melhor maneira de conhecer o ser humano é viajar a Marte (com Ray Bradbury)
Por Pedro Torrijos Em setembro de 1949, Ray Bradbury reuniu várias cópias de seus contos, colocou numa mala e pegou um ônibus com destino a Nova York. Ali se hospedou numa pousada da YMCA por cinquenta centavos a diária durante cinco dias, enquanto passava o tempo oferecendo sua coleção de contos às principais editoras do país. Todas recusaram; não queriam histórias curtas, queriam um romance. Na penúltima noite, Bradbury arrumou uma fita que acabaria por se converter em cena com um editor da Doubleday Publishing chamado, casualmente e sem nenhuma relação, Walter Bradbury. Doubleday também queria romances, assim, o outro Bradbury perguntou a Ray se seria capaz de juntar seus contos numa só história e apresentá-los em formato de um livro completo. “Já que quase todos giram em torno do mesmo lugar, Marte, poderias chamá-lo de As crônicas marcianas ”. Dois dias depois, e com um cheque de setecentos e cinquenta dólares no bolso, Ray pegou o mesmo ônibus e voltou para Los Ang