Ao Nobel da música
Por Diego A. Manrique Do que tem sido falado sobre Kazuo Ishiguro, sua relação com a música é apresentada apenas como uma primeira vocação: o rapazinho de Nagasaki exerceu o papel de compositor. Mas, o fato é que essa face não foi superada. Ainda compõe letras para canções que são gravadas e vendem. É possível entender esse silêncio: em certos ambientes é visto como extravagante que um alguém da literatura gaste sua energia em assuntos que consideram banais. Nas biografias de José Manuel Caballero Bonald, prêmio Cervantes de 2012, só se explora o dado nada comum de que foi discográfico. Isto é, empregado de um estúdio de discos durante vários anos, responsável pela produção e-ou lançamento de discos, inclusive diretor de um selo fonográfico chamado Pauta. Kazuo Ishiguro não chegou a essas alturas. Preserva-se uma ou outra fotografia sua dos anos setenta, cabeludo e rodeado de violões. Tinha um posto no serviço social em Londres e dispunha tempo livre para polir sua