Literatura sob os escombros
Por Luz Gómez García Wissan Al Jazairy. Spring of pain . A batalha dos escritores Nas letras árabes existia uma anedota que o século XXI derrubou: “Os livros se escrevem no Cairo, são impressos em Beirute e lidos em Bagdá”. Como tantas outras coisas da vida árabe depois das revoltas de 2011, agora nada é como era, tampouco o contrário. As certezas rareiam e o pensamento paradoxal domina também a literatura e a vida literária árabes, mais plurais que nunca. Depois de um século de construção de grandes narrativas, em que o romance se impôs como o gênero dos novos tempos, embora não alcançasse superar de um todo a aura da poesia, a literatura árabe afronta as misérias de um presente mais miserável do que nunca seria possível imaginar. Os autores iraquianos e sírios vêm fazendo o que fazem desde há décadas, rompendo sem tabus quando em outras latitudes árabes buscam válvulas de escape mais oníricas, líricas ou mais simbólicas. Hoje, iraquianos e sírios dominam o pa