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Sobre Joseph Roth: um kaddish para Áustria

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Por W. G. Sebald E o conde perguntou ao judeu: “Salomão, que pensas do mundo?” “Senhor conde”, disse Piniowsky, “já não penso nada de nada”. Joseph Roth, O busto do imperador Em maio de 1913, o jovem Joseph Moses Roth colocou um limpo ponto final no instituto alemão de Brody à sua infância e juventude nada livres de cuidados, ao terminar com a qualificação “sub auspiciis imperatoris”, a entrada de sua promoção, os exames para o bacharelado. Estava a ponto de cair no mundo, passando por Lemberg e Viena, e me parece que naquele momento virou as costas com pesar para sua pátria, embora aquilo a que renunciou, ao fazê-lo, se converteu logo para ele em símbolo de todos os irreparáveis negócios desastrosos que compõem a existência. Só em retrospectiva descobriu a Galícia; colocou no lugar de uma pátria destruída pela guerra, que com a dissolução do Império havia desaparecido definitivamente dos mapas, um vasto país nostálgico da Coroa. Roth, que quanto mais o temp