Uma pedra no caminho para a modernidade: o projeto drummondiano de humanizar o Brasil
Por Thomas Sträter Os poemas do início da formação artística de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), os dos anos vinte e trinta, ainda refletem a difícil busca da estética do jovem poeta, suas incertezas e angústias, seu entusiasmo e suas idiossincrasias. Embora estes textos tenham permanecido até hoje como os mais conhecidos do poeta mineiro, carecem do amadurecimento característico de sua fase posterior. Sem dúvida neles estão definidos mais nitidamente os problemas estético-sociais de um poeta latino-americano à procura do seu lugar dentro de sua cultura específica. Em 1924, um grupo de artistas brasileiros, chefiados pelo assim chamado papa do modernismo, Mário de Andrade, viajou em busca das raízes do Brasil para o estado de Minas Gerais, famoso por sua arquitetura barroco-colonial. Na capital, Belo Horizonte, a caravana era esperada ansiosamente pelos jovens poetas mineiros; entre os quais se encontrava o jovem poeta de vinte e um anos, Carlos Drummond de Andrad