Em má companhia, de Vladimir Korolenko
Por Pedro Fernandes Quem por acaso já tiver lido Capitães da areia , do brasileiro Jorge Amado, não deixará de lembrá-lo durante a leitura de Em má companhia , do ucraniano Vladimir Korolenko. As narrativas que compõem o romance e a novela dos dois escritores se assemelham porque estão marcadas pelo protagonismo da gente simples; em ambas prevalece uma radiografia do mendicante habitante da periferia da zona urbana e vítima de um triste modelo opressor responsável pela segregação de camadas diversas da sociedade, sobretudo aquelas que vidas não foram agraciadas com determinadas benesses oferecidas a uns poucos. Os dois livros, aliás, se utilizam da mesma regra de composição: a fim de melhor comover o público, as narrativas são entrevistas pelo ponto de vista da criança marginalizada, um público recorrente em toda literatura interessada em denunciar alforra causada pelo capital. O título de Vladimir Korolenko recupera um daqueles caros conselhos que nos dão na infância