Frantz, de François Ozon
Por Pedro Fernandes A beleza de Frantz não está na impecável fotografia preto e branco. Não está na narrativa seguramente bem construída e marcada por um controle extremo do caudal de emoções tão variado quanto pesado. Nem no drama dos sentimentos que carregam suas personagens. Está na terrível atualidade dos sentimentos aí evocados. Terrível porque sendo um filme que trata das cicatrizes da Primeira Guerra Mundial era de esperarmos que boa parte delas já tivesse sido superada de um todo tantos anos depois. Mas, tantos anos depois e ainda passado outra guerra de maior proporção, a intolerância entre povos, raças e culturas – para citar o principal dos sentimentos presentes nesta obra – parece ainda ser a mesma; ou ainda pior, se consideramos que mesmo o passado de proporções catastróficas não parece ter servido de lição. Frantz é o nome de um jovem alemão que seduzido pelo discurso patriótico e heroico premente no seu tempo – incutido pela propaganda militar e pelo in