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Múltipla escolha, de Alejandro Zambra

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Por Pedro Fernandes Ao falar sobre avaliação que dava acesso à universidade no Chile, o narrador de um dos textos que compõem Múltipla escolha diz que esta era produto de sistema educacional falido; bastava ao estudante “entrar no jogo e adivinhar a pegadinha”. Esta observação recupera a natureza do livro de Alejandro Zambra, uma dentre as experiências literárias mais radicais das criações deste início de século. Este livro é uma encenação da falibilidade da literatura numa era quando à forma e à estrutura não escapam outras alternativas de reinvenção. Marcado pelo discurso fatalista da impossibilidade da narrativa, discurso aliás do qual seguramente o escritor trata de zombar, é uma obra construída como provocação à ordem. Uma ode ao caos e a variabilidade das formas e estruturas estéticas e sociais. O escritor chileno se apropria de uma estrutura não-literária, um certame objetivo muito em voga no seu país até meados do início deste século – no Brasil, esta avaliaçã