Amor de Gabriela
Por Rafael Kafka Em tempos nos quais homens falarem de mulheres empoderadas soa mais como uma forma de conquista do que de militância sincera, a literatura nos mostra ser possível se sentir parte do gênero masculino e ainda assim ter sensibilidade suficiente para se expressar as idiossincrasias de pessoas do outro gênero. Isso se dá por uma soma de fatores de consciência que levam o indivíduo a ter plena noção das dimensões humanas que o rodeiam, indo além das facetas impostas pela sociedade patriarcal na qual reside. Nesse sentido, uma curiosa coincidência: comecei a ler tardiamente as obras de Jorge Amado motivado pelos diários de José Saramago – outro exímio escritor a falar da condição feminina – nos quais o escritor português fala com profundo carinho do amigo além-mar. Decidi-me então a pegar o livro mais famoso do escritor, uma forma segura de entrar no universo de escrita de determinado indivíduo e fiquei bastante contente com o que me deparei. Na verdade,