Na vertical, de Alain Guiraudie
Por Pedro Fernandes Quem tiver visto Um estranho no lago , talvez o filme que apresentou o trabalho do cineasta francês para um público diverso, não poderia esperar outra coisa se não o que se vê em Na vertical , embora esta seja uma produção bastante distinta em relação ao filme de 2013. O que coloca os dois títulos em relação é a obsessão de Guiraudie em torno de uma ideia que, ao longo da narrativa, no mesmo instante em que demonstra uma permanência sobre, a aprofunda. Outra premissa é a de ser uma história mínima mas capaz de tomar a força do absurdo. Aliás, esta última característica se verificava já em O rei da fuga , cuja história se centra unicamente nos impasses de um homem de meia-idade, homossexual, que se apaixona por adolescente e foge com ela dos seus pais e da polícia. As narrativas construídas pelo cinema do francês sempre têm permanecido presas numa repetição e em cada volteio revela o elemento surpresa capaz de deixar o espectador sempre à espera pelo