L’amour, de Michael Haneke
Por Maria Vaz Quando se pensa em assistir um filme de amor, normalmente somos levados pelas vicissitudes de uma sétima arte mais comercial a ver uma comédia romântica de Hollywood em que duas pessoas se conhecem, passam por uns problemas e tudo acaba com uma espécie de ‘foram felizes para sempre’. Quem nunca caiu nessa armadilha idealista? Eu já. Há dias assim, em que tudo o que precisamos é de voltar a acreditar no amor. Sem pensarmos bem no que seja essa palavrinha, tão pequenina e banalizada. Um sentido perdido? Um misticismo para os que se deixam levar pela beleza de uma face que sempre enruga, de um corpo que um dia não irá mais para a academia, de um glamour que não se tem ao acordar, nem quando se lida com situações-limite que sempre batem à porta da existência. Será o amor o mero esbarrar químico de dois corpos que se dão bem, mas que só trazem inseguranças, complicações e desconfianças? Os mais realistas acharão que o amor é isso – os corpos – e que o resto é devanei