As mulheres do boom
Por Rafael Ruiz Pleguezuelos Clarice Lispector Sempre é um bom momento para recordar o boom . E para revisá-lo. É algo tão nosso que ainda há quem possa julgar o quanto quiser seu conceito. Os que viveram aqueles anos do boom ou do postboom foram presenteados com algo que não tinha preço: a possibilidade de sonhar que eram testemunhas de certa grandeza. De um dia para o outro, algo muito importante acontecia às letras em língua espanhola. Ia-se à livraria comprar o novo livro de Carlos Fuentes, García Márquez ou o que lhe tocasse e, quando, por fim, estava em casa e mergulhava na leitura, sentia-se que com aquele livro estava se abrindo para si a história da literatura, de modo que ninguém era como esses arqueólogos que entram pala primeira vez na tumba de um faraó que soube ser mais hábil que os saqueadores. O boom foi importante sobretudo porque nos transmitiu essa grandiosidade. Reconheçam ou não, não houve membro deste circo de pulgas que é a literatura que não tenha desf