A bagaceira, de José Américo de Almeida
Por Pedro Fernandes Houve um tempo não muito distante que o Brasil em sua boa parte era rural – sobretudo as regiões Norte e Nordeste porque quase dotadas de uma incumbência cultural (e também histórica) de produzir para a subsistência e o consumo urbano e, logo, do restante do país. Nesta última parte, duas vistas se destacaram, as extensas monoculturas no sertão e no litoral, em que as produções se concentravam entre os grandes senhores de terra, os donos dos latifúndios, estes que se beneficiavam além das benesses trocadas das estreitas relações com os setores da política ruralista do esforço sem fim dos trabalhadores do campo que eram despossuídos de terra ou de recursos para o cultivo, visto que os investimentos econômicos estavam intimamente ligados às tais relações políticas. Quer dizer, houve esse tempo ou esse tempo ainda é atual? Entre esse tempo e o atual o que se modificou mais acentuadamente foi a paisagem rural pelas extensas migrações para a zona urba