Um amor incômodo, de Elena Ferrante
Por Pedro Fernandes É e não é sempre o mesmo universo da tetralogia napolitana o que Elena Ferrante se preocupa em descrever nos demais livros que compõem sua obra – como A filha perdida e Um amor incômodo . É, porque o cenário é sempre a degenerada periferia de Nápoles, seus habitantes e os dramas os mesmos de natureza diversa que acometem as sensibilidades femininas e seu lugar numa sociedade marcada pelo estreitamento machista. E não é porque a natureza diversa dos dramas não o fazem ser únicos e tampouco compreendidos por um só prisma. No caso destes dois romances, o leitor se encontra diante da relação controversa entre mãe e filhos, sendo que, no primeiro, tal relação é vista pelo prisma da mãe interessada em recuperar sua independência social depois da saída de casa dos filhos e, no segundo livro, pelo ponto de vista da filha, depois que esta perde a mãe. Para todos os casos, o tema da libertação e melhor compreensão sobre seu lugar no mundo é, quando não o