Presenças de H. P. Lovecraft
Por Anna Llurba Em sua biografia H.P. Lovecraft: contre le monde, contre la vie , uma raridade anterior às suas primeiras boutades literárias, Michel Houellebecq analisa a obra e a vida do célebre ermitão de Providence. Explorando sua paixão pela construção de labirintos, o enfant terrible , por sua vez, persegue essa obsessão com os medos secretos, as geometrias não-euclidianas e a fobia à mestiçagem cultural. Mas além da arquitetura, como uma disciplina aplicada ao hábitat humano, e essa raça que tanto Lovecraft parecia depreciar, se faça ao menos mérito a uma arqueologia, uma descrição materialista do passado que prevê o futuro, sua ficção. Uma obra, diga-se, considerada um gênero em si mesma: o terror cósmico. Um subgênero entre o terror e a ciência de ficção que através de um implacável materialismo gnóstico elude os recursos do terror psicológico para abandonar seus protagonistas como marionetes de um destino manipulado por malignas deidades interga